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UNITA diz que escrutínio próprio aponta diferença reduzida para o MPLA

Post by: 24 August, 2017

A UNITA anunciou que os dados obtidos pelo seu centro de escrutínio das eleições gerais, com dois milhões de votos apurados, apontam para uma diferença de sete pontos percentuais para o MPLA, que segue na frente.

A informação foi prestada hoje à Lusa por Adalberto da Costa Júnior, dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e membro da equipa de coordenação do centro de escrutínio do maior partido da oposição, que, com dados de 6.150 mesas de voto, colocam o MPLA com 47,60% da votação.

A UNITA, neste escrutínio paralelo - a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não divulgou até ao momento qualquer resultado oficial - com dados de cerca de dois milhões de votos, tem 40,20%, a coligação CASA-CE 9,15%, o PRS 1,55%, a FNLA com 1,10% e a APN com 0,40%.

"Mas temos de ressalvar que já temos as atas síntese das assembleias de voto de Cacuaco e de Viana [Em Luanda, dois dos municípios mais populosos do país] e do Huambo, em que os resultados são extremamente favoráveis à UNITA. Vamos aguardar pela sua inserção no sistema", apontou Adalberto da Costa Júnior.

A UNITA anunciou a intenção de atualizar estes dados quando os totais das atas sínteses inseridas no seu centro de escrutínio chegarem aos 55% das mesas de voto.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) anunciou hoje que, com cinco milhões de votos escrutinados em todo o país, tem a "maioria qualificada assegurada" e a eleição de João Lourenço para Presidente da República.

A informação foi transmitida hoje, cerca das 11:50, na sede nacional do MPLA, em Luanda, pelo secretário do Bureau Político, para as questões políticas e eleitorais, João Martins, em declarações aos jornalistas.

"Temos vindo a fazer a compilação dos dados que os nossos delegados de lista nos têm remetido, das atas síntese que obtiveram das assembleias de voto a nível de todo o país. E, numa altura em que temos escrutinado acima de cinco milhões de eleitores, o MPLA pode garantir que tem a maioria qualificada assegurada", disse.

"Por isso, é com tranquilidade que podemos assegurar que o futuro Presidente da República será o camarada João Manuel Gonçalves Lourenço e o futuro vice-presidente da República será o camarada Bornito de Sousa Baltazar Diogo", disse o mesmo responsável do partido.

Este anúncio é feito numa altura em que decorre o escrutínio das 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, e quando a CNE no seu último pronunciamento, durante a madrugada, não avançou resultados provisórios nem prazos para o efeito.

Mais de 9,3 milhões de angolanos estavam inscritos para escolherem quarta-feira, entre seis candidatos, o sucessor de José Eduardo dos Santos - que não integrou qualquer lista candidata -, com a votação a decorrer até às 18:00.

Esta votação envolve a eleição direta do parlamento (220 deputados) e indireta do Presidente da República, que será o cabeça-de-lista do partido mais votado.

Grupo de Luaty Beirão sugere que MPLA pode não passar dos 50%

Além da UNITA, há outra contagem paralela a ser feita pelo movimento cívico Jiku, onde figuram ativistas como o rapper luso-angolano Luaty Beirão. Esta contagem está a ser feita mediante fotografias das atas síntese das assembleias eleitorais que chegam ao membros do Jiku. “Estamos a somar arcaicamente, à medida que nos chegam as atas”, alertou aquele grupo na sua página de Facebook.

O número total de votos é francamente menos ambicioso do que aquele que é apresentado pela contagem paralela da UNITA: em vez de mais de 1 milhão, tratava-se de, até às 12h20 desta quinta-feira, quase 40 mil votos.

Apesar de ter uma dimensão diferente, a contagem deste movimento cívico também aponta no mesmo sentido do que a contagem da UNITA. Isto é, sugere que o MPLA pode ficar aquém de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional. Segundo a contagem do Jiku, o MPLA tem até agora 46,7% dos votos, seguindo-se a UNITA com 36,5% e depois da CASA-CE com 15,1%.

Last modified on Thursday, 24 August 2017 14:04
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