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Comissários eleitorais da oposição no Huambo demarcam-se dos resultados definitivos

Post by: 29 August, 2017

Os representantes dos partidos políticos da oposição angolana na Comissão Provincial Eleitoral da província do Huambo, centro do país, demarcaram-se dos resultados definitivos divulgados hoje, que dão a vitória ao MPLA, partido no poder.

Os comissários designados pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) e Partido de Renovação Social (PRS) justificam a sua posição com alegadas ilegalidades nos resultados apresentados.

Em declarações à agência Lusa, o comissário da UNITA, Vieira Chissingui, disse que o grupo de comissários notou algumas violações da lei, salientando que a comissão provincial eleitoral trabalhou apenas nas questões prévias de apuramento, ou seja, a reapreciação dos votos nulos e reclamados.

Segundo Vieira Chissingui, a lei orgânica sobre as eleições gerais estabelece que o apuramento provincial é realizado com base nas atas das mesas de voto e demais documentos que a CNE determinar, mas a comissão provincial eleitoral do Huambo "não pautou por este princípio".

"A comissão provincial trabalhou apenas nas questões prévias do apuramento e depois disso já não fez nenhum trabalho à volta das atas eleitorais, que são as operações importantes para o apuramento provincial", criticou.

Acrescentou que por este facto, os comissários demarcaram-se dos resultados publicados que dão ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) 347.763 votos dos 621.554 eleitores que votaram, 218.858 dos votos à União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), 20.519 à Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), 7.421 ao Partido de Renovação Social (PRS), 4.768 à Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e 3.084 à Aliança Patriótica Nacional (APN).

Por sua vez, o comissário provincial eleitoral representante da CASA-CE, Pedro Cossongue, disse que apenas foram escrutinados os votos nulos e os reclamados, sendo a lei clara ao determinar que a contagem das atas das operações eleitorais deve iniciar à medida que as comissões municipais forem recebendo as atas.

"Infelizmente isso não aconteceu até à data presente. Andamos a ver na televisão que as que chegaram à comissão provincial eleitoral foram as atas sínteses, por intermédio de faxes", frisou.

Segundo Pedro Cossongue, desconhece-se a origem dos resultados apresentados hoje de manhã em reunião plenária.

"Um plenário que considerei extremamente estranho, aquilo era assinar a ata, aqueles dados que fomos vendo por intermédio de um projetor de parede, não sabemos de onde vieram aqueles dados", disse.

"De um lado podíamos perceber que vieram das atas sínteses, a partir dos municípios, mas quem é a entidade que as recebeu, em que momento processou no computador para depois projetá-las, não sabemos. Nós estamos na comissão provincial eleitoral o dia inteiro, passamos as noites aí", acrescentou.

A oposição tem vindo a contestar os resultados eleitorais provisórios, alegando que a contagem paralela que estão a realizar, com base nas atas síntese das mesas de voto, aponta para dados diferentes.

Os resultados provisórios das eleições gerais de 23 de agosto divulgados pela CNE não são reconhecidos pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) e pelo Partido de Renovação Social (PRS), dão vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 61% dos votos e uma projeção de 150 deputados (maioria qualificada), além da eleição de João Lourenço como próximo Presidente da República.

Angola realizou a 23 de agosto as quartas eleições, às quais concorreram o MPLA, UNITA, CASA-CE, PRS, Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

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