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Estudo alerta para elevado número de professores com quinta classe em província angolana

Post by: 27 June, 2018

A capital da província angolana do Zaire, Mbanza Congo, apresenta um elevado número de professores com um nível académico muito baixo, da quinta classe, concluiu o Relatório de Monitoria Social 2017, divulgado na terça-feira, em Luanda.

O relatório, elaborado pelo Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), incide a sua abordagem nos municípios de Mbanza Congo, província do Zaire, Negage, província do Uíge, Cubal e Balombo, província de Benguela, e Cela e Cassongue, província do Cuanza Sul.

A monitorização da administração e finanças, educação, saúde, cultura, desportos e lazer e ainda de obras inscritas nos Programas de Investimentos Públicos (PIP) e o Programa Municipal Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza (PMIDRCP) foram as áreas de estudo do relatório anual do CICA.

De acordo com o estudo, a alocação de verbas para educação nos seis municípios alvo da pesquisa "varia entre 63% e até 1%, como Mbanza Congo, Negage e Balombo", dados considerados preocupantes tendo em conta que "põem em risco o acesso à educação das crianças" destas localidades.

No município do Cassongue, aponta o relatório, 47% das escolas são provisórias, funcionando apenas uma escola para 1.412 alunos matriculados. Este dado, explica a pesquisa, "dá uma ideia das condições em que estudam muitas das crianças nos municípios, lotadas e com escassas condições".

O município do Mbanza Congo, refere o documento, "poderia ter oportunidade de recrutar pessoal mais qualificado, por apresentar o maior número de professores com nível académico mais baixo, fixado em 23 profissionais".

A pesquisa recomenda por isso ao governo provincial do Zaire para que proceda à "atualização permanente dos conhecimentos dos professores com baixo nível académico".

No capítulo da saúde, o Relatório de Monitoria Social 2017 aponta que nos seis municípios alvo da pesquisa regista-se inexistência de uma planificação com base na densidade populacional.

"Porque o Cubal, que é o município com mais habitantes dos aqui analisados, tem o rácio mais alto com apenas 22 unidades sanitárias em comparação com as 44 da Cela, que tem menos habitantes", explica o relatório.

Quanto à componente de monitorização de obras, entre as 45 analisadas apenas 16 foram concluídas e 29 ficaram paralisadas por falta de verbas. Destas, apenas 15 possuíam placas descritivas.

A pesquisa aponta ainda a escassez de infraestruturas para lazer e desporto nos referidos municípios angolanos, devido ao baixo nível de investimento das administrações municipais, recomendando "alocação de verbas destinadas à construção/reabilitação de infraestruturas".

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