A campanha, segundo um comunicado da direção emissora estatal angolana, destina-se a chamar a atenção para os índices de violência contra a mulher a nível mundial, "que não param de crescer", com Angola, "infelizmente, a fazer parte dessa triste realidade".
"Os direitos das mulheres são os direitos humanos mais violados. Todos os dias assistimos a casos de violência contra a mulher que, não poucas vezes, levam ao luto, remetendo centenas de crianças à orfandade", lê-se no comunicado.
Para a direção da RNA, "impõe-se um posicionamento sério" dos órgãos de comunicação social, razão pela qual a RNA "tomou a liberdade" de lançar a iniciativa, "um projeto de responsabilidade social de impacto social e de abrangência nacional".
Nesse sentido, a RNA convida os órgãos de comunicação social a aderirem à iniciativa e a "dedicarem o minuto de silêncio" naquele horário nobre, sobretudo das rádios e televisões, ação que visa "induzir à reflexão em torno este mal social que a todos empobrece".
Por outro lado, através das rádios que colaboram com a RNA e demais parceiros, vai ser divulgado, antes do dia da iniciativa, um endereço de e-mail e nas redes sociais contendo um "Mural das Vítimas", para onde poderão ser remetidas fotografias e nomes das vítimas fatais.
Até à próxima quinta-feira, a RNA apela a que as diferentes rádios e televisões emitam, sempre que possível, "spots" publicitários alusivos à iniciativa.
A 28 de novembro de 2018, o Governo angolano indicou que os dados referentes a 2017 apontaram para 6.097 denúncias de casos de violência doméstica nos Centros de Aconselhamento espalhados pelo país, mais do que as 5.707 feitas em 2016.
Na ocasião, a diretora nacional dos Direitos da Mulher, Igualdade e Equidade do Género do Ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher de Angola, Sónia Doutel, especificou que o tipo de violência mais denunciado é o abandono familiar, seguido pela da violência psicológica, realçando que as mulheres foram as que mais denunciaram (82,75%).
Angola aprovou em 2011 a Lei Contra a Violência Doméstica, que permite, por exemplo, que uma terceira pessoa possa denunciar casos.