Os dados foram avançados pelo coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Malária angolano, Franco Martins, salientando que, apesar da estatística, os números representam uma diminuição do número de mortes, 2.153 entre 2017 e 2018.
"Houve um aumento, em 2017, na ordem dos quatro milhões [de casos] e, em 2018, na ordem dos cinco milhões. O que nos deixa relativamente satisfeitos em relação ao controlo foi que o comportamento que teve relativamente ao número de casos não foi o que tivemos nos óbitos", disse o responsável em declarações à rádio pública angolana.
Segundo Franco Martins, que falava em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Malária, que se assinala na quinta-feira, em 2017 as autoridades sanitárias registaram um total de 13.967 óbitos, número que desceu em 2018 para 11.814.
Franco Martins indicou as províncias do Norte como as mais endémicas, nomeadamente o Cuanza Norte, Uíge, Cabinda e Zaire.
Contudo, acrescentou, nos últimos anos, de acordo com a monitorização feita pelo programa e pela sala de coordenação do Ministério da Saúde, algumas regiões do sul e centro do país, como Benguela, Huambo e Bié, também têm registado um aumento exponencial do número de casos.
"É fundamentalmente a localização geomorfológica, o clima, que tem condições criadas para o desenvolvimento e proliferação do vetor da doença, que é o mosquito", referiu.
Relativamente ao ano em curso, o coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Malária disse que foram já registados no primeiro trimestre cerca de 1,2 milhões de casos, mas, tendo em conta que "o sistema de informação está a melhorar", prevê-se a diminuição de casos.
"O nosso foco é que este aumento do número de casos não se reflita no aumento do número de óbitos, à semelhança do ano passado", frisou.
A malária, uma doença infecciosa, que tem como grupo vulnerável crianças e grávidas, é a primeira causa de morte em Angola.
A sensibilização da população para a prevenção da doença é uma das estratégias do Governo, que criou uma comissão interministerial para "elucidar melhor a população de que a malária", para se poder "chegar a uma fase efetiva de controlo e até de eliminação, a abordagem deve ser multissetorial", acrescentou Franco Martins.