Em declarações à imprensa, após esclarecer os deputados da 2ª Comissão da Assembleia Nacional sobre a situação da seca no sul de Angola, Ângelo Tavares disse que já foram disponibilizados 200 milhões de USD ao Ministério da Energia e Águas para o programa de emergência.
“Cabe agora a este departamento ministerial iniciar o processo de construção de barragens abertas e recuperação de furos, para distribuir água à população e ao gado”, disse.
Ângelo da Veiga Tavares referiu que, para a província do Cunene, a mais afectada com cerca de 171 mil e 488 famílias (representando 79,1 porcento da população total da província), foram entregues quatro mil milhões de kwanzas ao governo local, para implementar o programa de emergência e minimizar os efeitos.
Sem avançar o número total de angolanos a viver nesta situação, os governos das províncias do Namibe e do Cuando Cubango, segundo o ministro, também receberam dois mil milhões de kwanzas cada.
Disse que esse esforço foi complementado com ofertas de meios alimentares, medicamentos e de veterinária para, nesse último particular, recuperar-se o gado com malnutrição e depois devolvê-lo aos proprietários.
Na ocasião, os deputados recomendaram a materialização efectiva do programa de emergência e da estratégia de médio prazo de minimização da seca, para que se evite a repetição das consequências actualmente vividas pela população do sul de Angola.
Os parlamentares que respondem pelas questões de Defesa, Segurança, Ordem Interna, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria recomendaram igualmente que os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, órgão do Ministério do Interior, dê continuidade às acções de sensibilização da população para que se evite construir em zonas de risco.
Um Fundo de Emergência de 3.988.000 de kwanzas foi disponibilizado em Março último pelo Presidente da República, após declarar o estado de calamidade e de emergência para as províncias do Cunene e parte das regiões da Huíla e Namibe.
A verba de emergência autorizada pelo Chefe de Estado visa permitir a reabilitação de 168 furos de água, a colocação de 58 tanques de plástico (de 5 e 10 mil litros) nas comunidades para a criação de pontos de convergência de abastecimento de água, a distribuição de cerca de 98,13 toneladas de bens de primeira necessidade, a abertura de novos furos e tratar do desassoreamento e abertura de novas chimpacas.
O Presidente da República, João Lourenço, visitou as províncias do Namibe e do Cunene a três e quatro do corrente mês. A estiagem que se regista no Cunene é considerada como das piores da região nos últimos 20 anos.