Os participantes na marcha, promovida pelo autodenominado “Movimento Revolucionário (MR) de Benguela”, ostentavam dísticos em que se podia ler, entre outros escritos, “Basta a tirania de Rui Falcão!” e “Rui Falcão, fora!”.
Os jovens percorreram algumas ruas da cidade e pretendiam atingir o Palácio do Governo, o que não aconteceu, uma vez que a Polícia Nacional encurtou o trajecto.
Cachine Domingos, membro de direcção do “MR” e subscritor da convocatória da marcha, através das redes sociais, seu principal instrumento de comunicação, afirmou que Rui Falcão “demonstra não estar comprometido com o desenvolvimento de Benguela”.
Afirmou que os jovens do “MR” vão aguardar que “a situação de Benguela se altere”, a partir do próximo Congresso Extraordinário do MPLA, a 15 de Junho próximo.
De contrário, segundo disse, vão voltar a manifestar-se “até que o Chefe do Executivo oiça” o seu “clamor”.
Já António Pongote, outro participante, disse que o objectivo é “a substituição da direcção governativa da província e que os governantes se preocupem mais com a condição social dos cidadãos, que se degrada diariamente”.
Américo Joaquim, “inconformado” com o desempenho de Rui Falcão, disse que participou da “marcha de repúdio contra o governador, convocada há duas semanas por meio do Facebook, pois gostaria que o mesmo fosse substituído imediatamente”.
“Ainda não temos data para uma segunda manifestação, mas vamos esperar, acompanhar as medidas que o Presidente da República vai tomar em relação à província de Benguela e aí voltaremos a reagir”, disse.
A manifestação acontece depois de alguns sinais positivos de melhoria de algumas condições de vida dos munícipes, como no domínio de distribuição de energia eléctrica e de água.
Nesse segmento, que era dos mais problemáticos em Benguela, a província está, desde quarta-feira da semana passada, interligada ao sistema eléctrico norte (Cambambe e Laúca), o que abre boas perspectivas para as comunidades e o sector industrial.
O Estado vai poupar 500 mil litros de gasóleo que se consumia por dia, que alimentavam as centrais térmicas, cujo dinheiro poderá ser canalizado para a satisfação de outras necessidades sociais.
Por outro lado, há registo de aumento da capacidade de distribuição de água às zonas altas dos municípios do Lobito e da Catumbela, tudo focado na melhoria das condições sociais da população.
Rui Luís Falcão Pinto de Andrade foi nomeado governador de Benguela em Junho de 2017, depois de ter exercido o mesmo cargo na vizinha província do Namibe.