Num comunicado, o Ministério do Interior refere que o inquérito visa apurar "com verdade, isenção e transparência" as circunstâncias que estiveram na base da morte de um cidadão angolano, bem como os desenvolvimentos posteriores, no distrito urbano do Sambizanga, em Luanda.
Hoje de manhã, num outro comunicado, a Polícia Nacional de Angola indicou que familiares de um cidadão angolano - que apresenta como vítima de morte súbita - colocaram quinta-feira o caixão com o cadáver dentro de uma esquadra, responsabilizando as autoridades pela sua morte, o que desencadeou uma carga sobre os manifestantes no local.
O caso aconteceu numa unidade policial no distrito do Sambizanga, em Luanda, tendo ficado feridos vários agentes e danificadas viaturas, além do edifício da esquadra.
O caixão, com um cadáver no seu interior, foi deixado pelos familiares da vítima no quintal da esquadra, onde permaneceu durante algumas horas, enquanto no exterior foram "protagonizados atos de alteração da ordem e tranquilidade públicas".
A vítima, 25 anos, fora detida pelo Serviço de Investigação Criminal, no dia 18 deste mês, tendo sido solto dois dias depois.
"O cidadão em causa veio a falecer no dia 24 de junho de 2019, (quatro dias após ter sido solto por ordem da Procuradoria-Geral da República), quando participava em uma partida de futebol, tendo uma morte súbita", referem as autoridades.
"O Comando Provincial de Luanda repudia veementemente os atos de vandalismo e todas as ações ilícitas decorrentes dos tumultos e apela os cidadãos à resolução pacífica dos conflitos", salienta o documento.
No comunicado do Ministério do Interior angolano, divulgado já ao princípio da noite, é dado conta de que vários agentes ficaram feridos, também sem apontar um número, tendo sido danificadas 15 viaturas, 12 delas pertencentes a civis.
"Face à gravidade do assunto e à existência de informações contraditórias sobre o mesmo, o Ministério do Interior ordenou a Inspeção Geral do MinInt a proceder a um rigoroso inquérito com vista a determinar com verdade, isenção e transparência, as circunstâncias que estiveram na base da morte do cidadão, bem como os desenvolvimentos posteriores a este facto", lê-se no documento.
O departamento governamental angolano aconselhou os familiares da vítima a manterem a "serenidade" e apelou à população para "não enveredar em atos que atentem contra a ordem e segurança pública" e a recorrer aos meios legais existentes.