Segue-se a província de Benguela com 27.857 estudantes, 9%, e o Huambo com 26.054, cerca de 8,5%. Contrariamente ao que acontecia há 10 anos, hoje é o ensino privado que tem mais estudantes universitários, 183.553, quase 60% do global. Acrescente-se que estes valores têm que juntar-se 1.800 bolseiros que estudam no estrangeiro.
Interessante verificar que houve também um aumento significativo da representação global feminina nas escolas, já são 140,960 e valor 46% do total nacional. Como mulheres já são maioritárias no ensino privado, 51,4%, ou seja 94,291 mulheres que estudam no ensino universitário privado em Angola. Nas faculdades públicas o valor é muito diferente, só 46.669 estudantes, com um percentual de face à representação masculina de apenas 37,4%.
Este aumento foi suportado pelo crescimento exponencial das instituições de ensino, sendo que o País tem hoje 183 instituições de ensino universitário, nenhum setor público existe 11 universidades, 51 faculdades, 15 institutos, 5 escolas superiores e uma academia de ciências, e no ensino privado 10 universidades, 37 faculdades, 52 institutos e duas escolas superiores. Estão espalhadas pelas 18 províncias do País.
Mas quantidade não é obrigatoriamente qualidade, e apesar de algumas propinas no ensino privado atingirem já os 45 mil kz / mês, a verdade é que a qualidade dos licenciados é muitas vezes colocada em causa pelo mercado de trabalho, que não reconhece méritos profissionais aos formados em algumas instituições, rejeitando como candidaturas depois da análise dos currículos. Existem indicações em algumas empresas, de acordo como que Expansão apurou, que devem contratar apenas profissionais formados em três / quatro instituições de ensino, ou formados no estrangeiro.
Acesso ao mercado de trabalho
O sucesso das instituições universitárias mede-se também pela quantidade de alunos que consegue colocar nas empresas depois de finalizado o curso. Apesar de a maioria dos reitores não terem noção do número de estudantes que conseguiram um emprego após a licenciatura, não existem estudos de suporte, afirmam que as questões de empregabilidade fazem parte das preocupações.
"Teoricamente queremos que todos os nossos alunos após a formação, ter emprego imediato, mas na verdade, nunca anunciar um estudo estudado e claro sobre a empregabilidade. Muitas vezes nos questionamos onde estão os quadros que formámos há dez anos, por exemplo. Precisamos ter um programa aberto para percebermos a qualidade daquilo que temos formado, onde estão a maioria dos alunos que passaram pelo nosso estabelecimento de ensino ", explica Pedro Magalhães, reitor da Universidade Agostinho Neto (UAN).
O reitor da maior universidade do País acrescentou ainda que todos os currículos precisam periodicamente de ser revistos em função da dinâmica das sociedades e das necessidades, pelo mercado de trabalho, pois é em função dessas que se procede às mudanças dos currículos para adequar os perfis de saída dos estudantes. "Quanto à relação entre as universidades e as empresas, nós as academias é que devemos ir ao encontro do setor produtivo. É importante estes saibam que quanto têm uma preocupação relativamente ao desempenho profissional dos seus quadros, há ao seu lado alguém que tem conhecimento e que pode oferecer uma solução. Podemos compartilhar resultados de informação, científica, convidando os nossos parceiros para eventos comuns de forma a mostrar o que podemos fazer, e como podemos ajudar o mundo empresarial. As empresas têm que conhecer a nossa actividade e nós a sua. Uma relação de proximidade entre o mundo universitário e empresarial é fundamental para o desenvolvimento ", acrescenta. Expansão