Os quadros da Sonangol que a SBM diz ter subornado para obter benefícios

Post by: 04 February, 2021

A acusação suíça que o réu Didier Keller reconheceu como verdadeira identifica detalhadamente os pagamentos feitos pela SBM a quadros da petrolífera angolana, Sonangol, quase todos através de três bancos portugueses.

Abílio Sianga

Administrador executivo da Sonangol à data dos factos. Surge no processo como tendo recebido 400 mil dólares para dar vantagem à SBM num concurso para o fornecimento de um sistema de exportação de águas profundas para a exploração Greater Plutonio. O processo indica que recebeu essa verba em quatro tranches, duas numa conta pessoal da UBS e duas no BPI, através da empresa Domografos. Sianga, que atualmente é embaixador, foi o único a reagir aos factos expostos pela justiça suíça. Numa carta enviada em outubro de 2020 ao site Club K disse desconhecer a empresa Domografos e acrescenta: “Se o empresário citado (…) disse que subornou, penso que terá optado por uma ação errada, porque tal facto não teve influência na decisão sobre a escolha do vencedor do concurso, uma vez que as escolhas são feitas pelas empresas operadoras.”

José Sardinha De Sousa

Diretor de produção da Sonangol à data dos factos. A SBM diz que lhe pagou para ajudar a empresa a vencer os concursos de fornecimento de um sistema de exportação de águas profundas para as explorações Greater Plutonio e Kizomba C. Foram feitas seis transferências, uma de 200 mil dólares e as outras cinco de 100 mil dólares para uma conta no BPI que partilhava com a mulher.

Ruben Monteiro Costa

Chefe do departamento de instalações da Sonangol. Foi também pago, segundo admitiu Didier Keller, para beneficiar a SBM nos concursos de fornecimento de um sistema de exportação de águas profundas para as explorações Greater Plutonio e Kizomba C. Foram feitas oito transferências para este quadro da petrolífera, todas elas para uma conta do Banif, entre 2005 e 2006. Quatro de 100 mil dólares, duas de 200 mil dólares e outras tantas de 250 mil dólares.

Luís Pedro Manuel

Identificado com quadro da Sonangol e da sua filial norte-americana à data dos factos, tendo-se tornado CEO da Sonangol USA em 2009. Terá recebido um único pagamento de 75 mil dólares numa conta do BCP que partilhava com a mulher, também para beneficiar a SBM na concessão Greater Plutonio.

Baptista Muhongo Sumbe

Presidente do conselho de administração e CEO da Sonangol USA à data dos factos. A SBM reconhece ter feito pagamentos a uma empresa denominada Mardrill, com sede no Panamá e ligada a Sumbe, através de uma conta no BCP. Foram efetuados cinco pagamentos, três de 938,4 mil dólares e dois de 923,1. São identificadas ainda duas transferências de 100 mil euros para uma conta do próprio no UBS. Tudo começou em 1998 com a criação da Sonansing, uma joint venture entre a Sonangol e a SBM para uso exclusivo de navios FPSO (Floating Production Storage and Offloading). Posteriormente, Sumbe terá exigido à SBM comissões por este exclusivo, as quais foram materializadas nos pagamentos feitos à Mardrill.  Jornal de Negocios

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