Em conferência de imprensa, Sílvia Lutucuta explicou que os casos detetados levaram as autoridades angolanas a fazer o rastreio de outras contaminações destas variantes.
Sílvia Lutucuta disse que foram registadas entre janeiro e 05 de março sete casos da variante sul-africana e seis casos da variante inglesa, estando ainda quatro casos em averiguação.
Da variante inglesa, três suspeitas foram detetadas no aeroporto, na testagem pós-desembarque, aos quais foi feito o isolamento imediato no centro da Barra do Kwanza. Dois dos passageiros eram provenientes de Lisboa e um de São Tomé e Príncipe.
"Em relação a esta variante tivemos dois casos provenientes de Lisboa, que foram detetados no final da quarentena domiciliar, um caso gerou dois casos na sua família, já estão todos negativos e ou outro não gerou casos", informou a ministra.
Neste mesmo grupo, prosseguiu Sílvia Lutucuta, existe um caso de uma pessoa, residente em Luanda, sem histórico de viagem, em que todos os seus contactos habituais foram negativos.
No que se refere à variante sul-africana, cinco dos casos foram detetados no aeroporto, prontamente isolados na Barra do Kwanza e os restantes estiveram a cargo de isolamento no setor privado. estes casos são provenientes dos Camarões (1), Moçambique (4), Tanzânia (1) e um caso em estudo, em que está a ser avaliado todos os aspetos ligados com a sua situação epidemiológica, havendo apenas certeza de se tratar de um residente em Luanda.
"Destes casos da variante sul-africana, temos um caso que também foi detetado no final da quarentena, de uma equipa desportiva, que não gerou novos casos positivos e também ficou em isolamento institucional e temos o caso que foi diagnosticado e que ainda está em estudo", frisou.
Sobre as duas novas variantes em estudo, existem três casos de três jogadores da equipa de futebol da Tanzânia - uma nova variante - que ainda não era conhecida e que deve estar relacionada com alguma variante daquele país.
"Vale referir que a equipa quando escalou o nosso país esteve cá 48 horas em confinamento e os casos positivos estiveram internados na Barra do Kwanza, portanto, esta variante terá provavelmente uma nomenclatura relacionada com a Tanzânia e temos um caso, que também está em estudo, de uma nova variante da Nigéria, de uma passageira proveniente do Mali, que também foi isolada", sublinhou.
Segundo a governante, desde o final de dezembro, a comissão multissetorial de combate à covid-19 e o setor responsável pela saúde mobilizaram-se para encontrar condições para a geno-dissipagem, assim que foram referenciadas novas variantes altamente transmissíveis e associadas a alta mortalidade e também em pessoas jovens sem comorbilidades.
A governante angolana frisou que foram estabelecidos contactos bilaterais, além da criação de condições no país, para trabalhar com o Laboratório KRISP, da África do Sul, onde foi criada uma ?task force', com especialistas sul-africanos e da Universidade de Oxford, em matéria estudos genómicos e com interesse particular em alterações ou mutações no vírus SARS-COV-2.
A titular da pasta da Saúde referiu que os casos detetados estão associados a viajantes ao estrangeiro, principalmente na quadra festiva e que tiveram o seu regresso ao país, em janeiro e fevereiro, para além de outros casos.
A ministra destacou a importância das medidas implementadas com rigor, nomeadamente a testagem pré-embarque, até 72 horas, a testagem no aeroporto pós-desembarque imediato e a quarentena institucional para os casos positivos detetados no aeroporto., além da quarentena domiciliar que deve ser cumprida com rigor e no final da qual todos os viajantes devem ser testados mesmo com resultados negativos anteriores.
"Não devemos baixar a guarda, estas variantes podem estar em circulação no nosso país, em especial na capital, Luanda, não será muito difícil para termos um pior cenário", disse a ministra, lembrando que muitos das quarentenas domiciliares não foram cumpridas à risca, o que pode ter gerado novos casos.
Um estudo de comportamento destas novas variantes em Angola está em curso, frisou a ministra, pelo que é necessária vigilância.
O processo de vacinação em curso no país, salientou a ministra, deve ter a adesão dos cidadãos quando chegar a sua vez, até lá, as medidas de proteção individual deve ser a prevenção.
"Apelamos aos profissionais de saúde para aderirem à esta campanha, que é segura, gratuita e salva vidas", disse, acrescentando que desde o início da campanha foram já vacinados cerca de 6.000 profissionais em Luanda.
Para terça-feira, está previsto o início de pessoas com mais de 65 anos e com comorbilidades no posto de alto rendimento Paz Flor.