“O islão não está reconhecido em Angola, continuamos sem sermos acreditados, existem cerca de 90 igrejas cristãs em Angola, então, do ponto de vista dos direitos fundamentais, quanto à liberdade de crença e religião em Angola só reconhece o cristianismo”, disse à Lusa o secretário-geral do Consia, David Já.
Segundo o responsável, o reconhecimento do islão em Angola, cuja presença no país dura há mais de 50 anos, continua “sem qualquer resposta” por parte das autoridades.
“Não tem havido nenhuma resposta [das autoridades] quanto ao islão, temos estado a aguardar, vamos acreditar que de princípio o Estado é uma pessoa de bem e, então, vamos aguardar ansiosamente”, frisou.
O líder muçulmano deu conta que Angola conta atualmente com 176 mesquitas espalhadas pelas 18 províncias do país e realçou que Angola “é o único país africano” onde o islão não está reconhecido.
“Angola é o único país de África onde o islão não está reconhecido, quando até o islão está em todo o canto do mundo”, sustentou.
“Estamos esperançados que o Estado [angolano] venha a acreditar a religião islâmica, Angola precisa apenas acreditar, porque é um costume internacional, estamos em Angola há mais de 50 anos”, disse.
David Já criticou ainda o que denomina por “xenofobia islâmica” considerando que o muçulmano também é cidadão com direitos e deveres.
A ex-ministra da Cultura angolana, Carolina Cerqueira, atualmente presidente do parlamento angolano, anunciou, em janeiro de 2019, durante a discussão na especialidade da Lei sobre a Liberdade de Religião, Crença e Culto que o Governo "acompanha a evolução do islamismo no país" e que "brevemente tomaria uma posição".