Em comunicado hoje divulgado, a ANATA Luanda expressou "profunda preocupação face aos distúrbios e atos de violência ocorridos no dia 28 de julho de 2025, na cidade capital" e demarcou-se "completamente dessas ações", reafirmando que "tais comportamentos não representam a classe dos taxistas".
Ainda assim, decidiu manter a greve pelos três dias previamente anunciados.
"A ANATA Luanda mantém abertos todos os canais de diálogo com as autoridades competentes, com o objetivo de se alcançar um consenso. Contudo, reforça a exigência de que as reivindicações apresentadas pela classe sejam efetivamente atendidas, pois ficou evidente que a voz dos taxistas reflete o clamor do povo angolano", sublinham no comunicado.
A direção nacional da ANATA, por sua vez, anunciou na segunda-feira a suspensão da greve "para evitar que indivíduos estranhos à classe e aproveitadores, com fins inconfessos, continuem a perturbar a paz social".
A ANATA afirmou que os atos de vandalismo, pilhagem de armazéns e instituições, arruaça, barricadas e danificação de viaturas públicas e privadas "foram praticados por oportunistas não associados à organização".
A paralisação, com o lema "fica em casa", tinha sido convocada há mais de 20 dias pelas plataformas das associações e cooperativas de taxistas, em protesto contra os aumentos do combustível e da tarifa do táxi.
A capital angolana registou protestos violentos, saques e barricadas na manhã de segunda-feira, dos quais resultaram um número indeterminado de feridos e quatro mortes, segundo um balanço provisório da polícia que anunciou também mais de 500 detenções.
O dia começou hoje em Luanda sem transportes e com o comércio encerrado, registando-se já várias tentativas de invasão de estabelecimentos comerciais.