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Seguro de saúde em Angola é o menos rentável e com mais riscos

Post by: 26 Fevereiro, 2018

O Seguro de Saúde em Angola é o menos rentável e o que acarreta mais riscos para as seguradoras devido à realidade dos cuidados de saúde e aos custos das despesas hospitalares no país, afirmou o especialista em actuariado, Henda Mondlane.

Em entrevista à Angop, o técnico e também administrador na Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), apesar de não apresentar dados comparativos em relação a outros ramos seguráveis, fundamentou que a natureza do “Produto Saúde”, isto é, por estar relacionado com questões médicas e por faltar médicos de família e centros de saúde de proximidade, capazes de responder a grande procura dos serviços, o tornam de muito de risco.

Na sua óptica, o seguro de saúde devia ser uma opção secundária, porque antes do indivíduo portador de um cartão de saúde dirigir-se à uma instituição médica ou clínica da rede de seguro teria à sua disposição um médico de família ou um centro da sua zona pela proximidade, mas as pessoas recorrem directamente às clínicas e isso acarreta custo.

Ao contrário do seguro de saúde, segundo Henda Mondlane, o seguro automóvel e de acidentes de trabalho são os mais rentáveis.

Explicou que a rentabilidade dos seguros é medida pela taxa de sinistralidade, que é o rácio do custo dos sinistros versus prémios arrecadados.

Esclareceu que para determinar se um seguro é rentável tem que se estimar quais as despesas que a seguradora tem para com o seguro e fazer uma análise comparativa sobre a sinistralidade ocorrida em anos anteriores com os prémios.

Dentre os produtos de maior risco na actividade seguradora, o actuário apontou o ligados à actividade petrolífera (seguro de plataforma petrolífera), e de aeronave por oferecerem riscos de grande magnitude ou envergadura considerável.

Para exemplificar, disse que os riscos de uma aeronave têm a ver com danos a terceiros, passageiros e com o próprio aparelho.

Questionado sobre a procura do seguro de vida no mercado angolano, disse ser muito baixa, porque as pessoas ainda fazem um julgamento errado, pensando ser oneroso.

Esse tipo de seguro, segundo Henda  Mondlane,  está relacionado com a idade da pessoa ( o aderente) e o seu estado de saúde. O prémio a ser cobrado no seguro de vida pode rondar os 47 mil kwanzas em função do pressuposto saúde e idade.

“Se o aderente ao seguro for um jovem com mais ou menos 25 anos o prémio é cerca de 47 mil kwanzas e se for um adulto/idoso pode rondar os 85 mil kwanzas. Em função desses parâmetros, os valores cobrados são perfeitamente acessíveis. O que as pessoas fazem é  um juízo errado”, explicou.

Disse também que grande  parte dos aderentes ao seguro de vida são pessoas que solicitam crédito habitação e automóvel nas situações em que o banco (credor) exige que o aderente faça seguro de vida como garantia.

Concluiu ser uma situação em que se vê bastante a utilidade do seguro de vida e as situações em que as pessoas por si só procuram celebrar seguros de vida são reduzidas, salvo aqueles casos de empresas que fazem para seus trabalhadores.

Considerando esse quadro, o  administrador da ENSA disse ser necessário realizar mais campanhas pedagógicas para que as pessoas conheçam a realidade dos seguros e sua utilidade.

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