Uma em cada dez crianças angolanas tem aulas ao ar livre

Post by: 20 Fevereiro, 2025

Do total de escolas do ensino primário, com 109.142 turmas, 11.849 tinham aulas ao ar livre (10,9%). Os dados revelam também um número de professores insuficientes para o número crescente de alunos.

Um em cada dez estudantes angolanos do ensino primário tem aulas ao ar livre, sendo as províncias do Cunene e da Huíla (sul de Angola) as que mais alunos têm nestas condições, segundo estatísticas do Ministério da Educação.

Segundo o Anuário Estatístico da Educação 2022/2023, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e elaborado pelo Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) do Ministério da Educação, foram matriculados no ano letivo de 2022/2023 um total de 8.800.047 alunos, mais 3,8% face ao ano letivo anterior, sendo o ensino primário o que concentra mais estudantes (61,2% do total, mais de 5 milhões de crianças).

No que concerne à distribuição por níveis de ensino, na classe de Iniciação estavam matriculados 824.628 alunos, no Ensino Primário 5.383.867 alunos, no I Ciclo do Ensino Secundário 1.631.988 e no II ciclo do Ensino Secundário 959.564 alunos, de acordo com o documento consultado pela Lusa.

O anuário constata uma “nítida concentração dos alunos” matriculados na educação não superior em Angola nas províncias de Luanda, Benguela, Huambo, Huíla, Uíje, Bié, Cuanza Sul e Malanje, que absorveram 75,4% do total dos alunos, estando os restantes distribuídos por outras dez províncias.

Angola contava nesse ano com 12.967 escolas, maioritariamente do ensino público (8.666 escolas), concentradas essencialmente em oito províncias: Luanda, Huíla, Benguela, Huambo, Bié, Uíge, Malanje e Cuanza Sul.

Acolhiam o ensino primário 8.261 escolas, com 62.395 salas de aula, de um total de 107.962 salas de aula em funcionamento.

Do total de escolas do ensino primário, com 109.142 turmas, 11.849 tinham aulas ao ar livre (10,9%).

Luanda, com zero crianças ao ar livre, era a exceção entre as províncias enquanto Cunene (38,3%) e Huíla (23,2%) eram as que tinham mais alunos fora da sala de aula, indica o anuário consultado pela Lusa.

 

No caso do I ciclo do ensino secundário existiam apenas 838 turmas ao ar livre (1,4% do total) e uma percentagem residual de 0,12% no II ciclo (33 turmas num total de 26.416)

Os dados revelam também um número de professores insuficientes para os alunos, já que os 205.784 professores que lecionaram no ano 2022/2023, concentrados sobretudo no ensino primário (47%), tinham uma média de 40 alunos.

O rácio era superior no ensino primário (56 alunos por professor), diminuindo para 45 alunos na classe de iniciação e descendo significativamente no I ciclo do ensino secundário (29 alunos) e no II ciclo (27 alunos).

Em termos de aproveitamento, os alunos da iniciação tinham a maior taxa de aprovação (90%), seguindo-se o ensino primário (75% de alunos aprovados), números que decresciam nos ciclos seguintes de aprendizagem (72% no I ciclo e 70% no segundo ciclo).

Também a taxa de conclusão era menor quanto maior era o grau de ensino, com 58% dos alunos a concluir o ensino primário, 44% a concluir o I ciclo e apenas 12% a terminar o II ciclo.

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