Mugabe, 93 anos, falava no Fórum Económico Mundial sobre África em Durban (leste).
Interrogado durante uma discussão sobre os Estados "em risco", o presidente zimbabueano desmentiu com uma gargalhada que o seu fizesse parte da categoria.
"Claro que não é verdade (...) Não somos um país pobre e não podemos ser um estado frágil", assegurou, adiantando: "Posso considerar a América como frágil, pôs-se de joelhos face à China".
"O Zimbabué é o país mais desenvolvido de África depois da África do Sul, gostava de saber que país tem o nível de desenvolvimento que atingimos no Zimbabué", insistiu Mugabe, citando nomeadamente o nível de educação.
Desde o início dos anos 2000 e de uma desastrosa reforma agrária que o Zimbabué se debate com uma grave crise económica e financeira, que conduziu os seus 15 milhões de habitantes ao desemprego em massa e à pobreza extrema.
Perto de 90% da população ativa está oficialmente no desemprego e 80% do orçamento do Estado serve para pagar aos seus funcionários.
Durante o mesmo debate, a diretora executiva da organização de luta contra a pobreza Oxfam, Winnie Byanyima, acusou, sem os nomear, os dirigentes autoritários de serem responsáveis pelas dificuldades do continente.
"Os nossos dirigentes dizem que somos ricos, desenvolvidos, que temos recursos, mas o povo não vê nada disso", lamentou, adiantando: "deem-nos uma oportunidade, é importante ter eleições livres e transparentes".
Mugabe, no poder no Zimbabué desde a independência em 1980, já anunciou a intenção de disputar um novo mandato em 2018.