Moussa Faki Mahmat, que falava na reunião dos chefes da diplomacia da UA a decorrer na capital da Etiópia, indicou que muitos ainda estão a assimilar o comentário de Trump que se referiu a nações africanas como "países de merda".
"O continente está profundamente chocado com a mensagem de ódio e o desejo de marginalizar África", disse Mahmat, nas vésperas da cimeira da União Africana, que começa no domingo.
O presidente da Comissão da UA disse que os líderes africanos também poderão, na reunião, responder a outras declarações e ações de Trump.
"As declarações sobre Jerusalém, uma redução da contribuição para o orçamento das operações de manutenção da paz. O continente não pode ficar quieto em relação a tudo isto", disse.
Muitos africanos reagiram iradamente ao comentário grosseiro de Trump durante uma reunião com senadores sobre política de imigração.
O governo do Botswana, por exemplo, classificou o comentário de Trump de "repreensível e racista" e convocou o embaixador norte-americano para dar explicações.
Diferente foi a posição do presidente do Uganda, Yoweri Museveni, que considerou que Trump deve ser elogiado por falar sem rodeios.
"Gosto de Trump porque ele fala francamente. Não sei se ele foi citado incorretamente ou não, mas ele fala francamente sobre as fraquezas de África", disse na terça-feira na rede social de mensagens curtas Twitter Museveni, que dirige o seu país com "mão de ferro" desde 1986.