“Parabéns a Suluhu Hassan ao ser empossada como a sexta e primeira Presidente feminina da Tanzânia. A SADC elogia a verdadeira tradição da Tanzânia de transferência de poder pacífica, ordeira e exemplar e aguarda com expectativa a contribuição contínua da Tanzânia para a agenda de integração da SADC”, escreveu Tax na plataforma social Twitter durante a manhã de hoje.
Samia Suluhu Hassan, até agora vice-presidente da Tanzânia, tornou-se hoje a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de Estado neste país da África Oriental, após a morte de Magufuli.
Samia Suluhu Hassan tomou posse numa cerimónia transmitida pela televisão, na capital económica do país, Dar es Salaam, em que participaram vários membros do Governo e antigos presidentes, incluindo Jakaya Kikwete, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
De acordo com a Constituição da Tanzânia, a vice-presidente deve ocupar agora a presidência do país até ao final do mandato de Magufuli, que expira em 2025.
Foi precisamente Suluhu Hassan quem anunciou a morte de Magufuli na noite de quarta-feira, num discurso à nação que pôs fim a semanas de especulação sobre a ausência do chefe de Estado, reeleito em outubro, que não era visto desde final de fevereiro.
Natural do arquipélago semiautónomo de Zanzibar, cujas relações com a Tanzânia continental são historicamente tensas, Suluhu Hassan era já a primeira vice-presidente da história do seu país, tendo concorrido ao lado de Magufuli quando este chegou ao poder, em 2015.
Ao longo da carreira política, Suluhu Hassan desempenhou várias vezes o cargo de ministra. Primeiro em Zanzibar, entre 2000 e 2010, como ministra das Mulheres e Juventude, depois do Turismo e Comércio, e, a nível nacional, foi ministra dos Assuntos Sindicais, sob o antigo Presidente Jakaya Kikwete.
Depois das eleições de 2015 e com a conquista do lugar de vice-presidente, um papel que normalmente fica em segundo plano, Suluhu Hassan era o rosto da Tanzânia no estrangeiro, representando regularmente Magufuli.
A muçulmana, de 61 anos, junta-se assim a Sahle-Work Zewde, Presidente da Etiópia, embora esta última desempenhe um papel mais cerimonial.
Magufuli morreu na quarta-feira aos 61 anos devido a doença cardíaca em Dar es Salaam, capital económica da Tanzânia.
De acordo com as autoridades, o Presidente estava internado num hospital desde a semana passada por doença e “tinha um problema cardíaco há vários anos”.
Há semanas que circulavam rumores sobre a saúde de Magufuli, que davam conta de que teria procurado ajuda médica no estrangeiro, depois de ter sido infetado com o novo coronavírus, de acordo com a oposição no país.
Magufuli era um dos mais proeminentes negacionistas africanos da gravidade do novo coronavírus, tendo afirmado que a Tanzânia estava “livre” de covid-19, em virtude das orações dos tanzanianos.
Reeleito em outubro, Magufuli, apelidado de "bulldozer", chegou ao poder em 2015, prometendo combater a corrupção.
O seu primeiro mandato foi marcado, segundo muitas organizações de direitos humanos, por uma deriva autoritária, repetidos ataques à oposição e o recuo das liberdades fundamentais.
África do Sul, Angola, Botsuana, Comores, República Democrática do Congo, Essuatíni, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué são os Estados-membros da SADC.