De acordo com a comunicação social local, várias pessoas que assistiam à cerimónia caíram e foram pisadas quando um grupo tentou forçar a entrada no estádio, que já se encontrava lotado.
À agência noticiosa Efe, o comandante da polícia Lázaro Mambosasa disse o número de mortos e feridos durante a debandada ainda não é conhecido e sugeriu que os números finais podem aumentar.
Ao órgão de comunicação social tanzaniano The Citizen, Gerald Mtuwa relatou ter perdido cinco pessoas da sua família: a sua cunhada, 30 anos, e quatro sobrinhos, com idades entre 05 e 11 anos.
Yovane Elias, que também esteve no estádio Uhuru para homenagear Magufuli, relatou a morte da sua irmã Rose John, 53 anos.
John Magufuli morreu na quarta-feira, aos 61 anos, vítima de uma doença cardíaca de que sofria há dez anos-
Há semanas que circulavam rumores sobre a saúde de Magufuli, que davam conta de que teria procurado ajuda médica no estrangeiro, depois de ter sido infetado com o novo coronavírus, de acordo com a oposição no país.
Magufuli era um dos mais proeminentes negacionistas africanos da covid-19, tendo afirmado que a Tanzânia estava "livre" da doença, em virtude das orações dos tanzanianos.
A Tanzânia não publica quaisquer números oficiais sobre a doença desde o final de abril de 2020, tendo deixado o número de infeções estagnado em 509, 21 das quais terminaram em mortes.
Em junho de 2020, o chefe de Estado declarou que a pandemia tinha sido superada no país, graças à intervenção divina.
Reeleito em outubro, Magufuli, apelidado de "Bulldozer", chegou ao poder em 2015, prometendo combater a corrupção.
O seu primeiro mandato foi marcado, segundo muitas organizações de direitos humanos, por uma deriva autoritária, repetidos ataques à oposição e o recuo das liberdades fundamentais.