A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique anunciou hoje a abertura de processos considerando que o autodenominado "decreto presidencial" do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane "subverte" os princípios do Estado democrático.
Pelo menos três sedes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) foram incendiadas na província de Manica, centro do país, desde o início das manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, disse hoje fonte oficial.
A União Europeia (UE) manifestou hoje "profunda preocupação" com a violência em curso após as eleições em Moçambique, instando "todas as partes a maior contenção", e pedindo "total transparência no processo eleitoral" que "garanta a integridade dos resultados".
A Organização Não Governamental (ONG) Media Institute of Southern Africa (MISA Moçambique) denunciou hoje o desaparecimento de dois jornalistas sul-africanos e um moçambicano, que cobrem os protestos no país, desde quarta-feira, dia em que foram detidos.
Familiares e amigos do ex-Presidente Armando Guebuza e do atual chefe de Estado moçambicano usaram fundos públicos para financiar a compra de propriedades de luxo na África do Sul, indica-se numa investigação de uma ONG.
A Amnistia Internacional exortou hoje a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) a tomar uma "posição firme" face à violência que alastrou em Moçambique após as eleições de 09 de outubro.
O ativista Mbanza Hanza acusou hoje o Governo angolano de ser “cúmplice” da Frelimo e da "fraude" eleitoral em Moçambique e garantiu contínuo apoio e solidariedade às manifestações nacionais naquele país até à “reposição” da verdade eleitoral.
Analistas políticos angolanos exortaram hoje as elites políticas do país a refletirem sobre os “preocupantes” protestos pós-eleitorais em Moçambique, defendendo diálogo, acordos intrapartidários e uma comissão eleitoral paritária para acautelar desconfianças e tensões.
Em Moçambique, a prisão de líder de manifestação leva população a matar dirigente local da Frelimo, raptar a mulher de outra figura do partido, incendiar esquadra e libertar os presos.
Maputo vive hoje um cenário de caos, com pilhagens, manifestantes pró-Venâncio Mondlane a colocarem pneus a arder nas avenidas principais, intransitáveis, perante um fumo negro cobre parte da cidade, entre consecutivos estouros de granadas de gás lacrimogéneo.