"A UE está profundamente preocupada com a violência em curso após as eleições em Moçambique, que resultaram em múltiplas mortes", destacou, em comunicado, Nabila Massrali, porta-voz para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança da UE,.
Nabila Massrali realçou ainda que a UE insta "todas as partes a exercerem a maior contenção, a evitarem o uso excessivo da força, a absterem-se de vandalismo e a absterem-se de retórica inflamada".
"Com base nas conclusões e declarações da sua Missão de Observação Eleitoral, a UE apela ao Conselho Constitucional para que mantenha a total transparência no processo eleitoral e garanta a integridade dos resultados", acrescentou.
Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 16 foram baleadas desde quarta-feira em três províncias moçambicanas nas manifestações de contestação de resultados das eleições, revelou hoje a plataforma eleitoral Decide.
Moçambique está hoje no terceiro dia da quarta fase de paralisações de contestação dos resultados eleitorais convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que nega a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos.
Esta fase segue-se aos protestos nas ruas que paralisaram o país nos dias 21, 24 e 25 de outubro, e à paralisação geral de vários dias convocada também por Mondlane, com protestos nacionais e uma manifestação em Maputo, a 07 de novembro, que provocou o caos na capital, com barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia, para dispersar.
Venâncio Mondlane anunciou que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.