A indicação foi expressa hoje, em Luanda, pelo secretário de Estado Adjunto norte-americano, John J. Sullivan, que garantiu, no entanto, o apoio dos Estados Unidos a Angola aos processos de combate à corrupção, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Sullivan, que iniciou hoje uma visita oficial a Angola, falava aos jornalistas numa conferência de imprensa conjunta com o chefe da diplomacia angolana, Manuel Augusto, no final de uma reunião de atualização do Diálogo Estratégico reiniciado pelos dois países em setembro de 2018, quando ambos se encontraram nas Nações Unidas.
"O restabelecimento de bancos correspondentes pela banca dos Estados Unidos em Angola é uma questão muito importante para as nossas relações comerciais e de investimento. Os meus colegas do Governo e a nossa embaixada aqui, no departamento de Estado, em Washington, e muito especialmente no Departamento do Tesouro, têm mantido intensas discussões intensas com o Governo de Angola e respetivos ministros angolanos para melhorar o clima de investimento em Angola, sobretudo para criar confiança na banca norte-americanos para que possam restabelecer os bancos correspondentes", sublinhou Sullivan.
O Banco Nacional de Angola anunciou anteriormente que está a implementar, com o apoio do Fundo Monetário Internacional, o Plano de Adequação do Sistema Financeiro Angolano às normas internacionais de prevenção de branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo. O incumprimento por Angola destas regras levaram ao fim das relações com bancos correspondentes, em 2016, agravando a crise cambial que o país vive desde finais de 2014, cortando o acesso da banca à compra de dólares (divisas).
O governante norte-americano indicou que o trabalho para recuperar essas ligações com os bancos correspondentes norte-americanos está a ser feito e manifestou "total disponibilidade" dos EUA no apoio a medidas de consolidação do combate à corrupção, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Nesse sentido, adiantou que em breve virá a Luanda uma missão do Departamento do Tesouro norte-americano para, em conjunto com o Governo angolano, encontrar formas para apoiar Angola nesse combate, embora esse trabalho já esteja em curso "e com imensos progressos".
"Assim que fizermos progressos nessas questões vamos restaurar a confiança juntos da banca norte-americana para que criem bancos correspondentes em Angola. No entanto, em última análise, cabe aos bancos decidir isso, não o Governo norte-americano. Mas podemos dar apoio tanto ao Governo angolano como aos bancos norte-americanos para lhes garantir que Angola é de confiança", disse Sullivan.