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A conspiração contra Isaac dos Anjos.

04 Mai, 2017

É impossível negar as impressões digitais do atual governador de Benguela na corrupção que enferma as instituições angolanas. Afinal de contas, Isaac Maria dos Anjos não se tornou num homem rico com o dinheiro da venda dos produtos do campo das suas fazendas e nem tão pouco à custa do seu salário.

Por Nelson Sul d'Angola

É também indiscutível que a sua governação traiu as expectativas da maioria dos benguelenses, alimentadas aquando da sua nomeação.

Também não há dúvidas que, desde 2013, Isaac dos Anjos tem vindo a somar sucessivos erros de "palmatória", traduzidos em falta de urbanidade - como, por exemplo, tratar sem cortesia os seus inferiores hierárquicos e rotular os governados (benguelenses) de fofoqueiros.

No entanto, há algo que me recuso a subscrever e sobre o qual quase ninguém quer falar. Vou directo ao assunto:

Nos últimos dias, deu-se corpo a um autêntico complô contra Isaac dos Anjos cujo objetivo é simplesmente derrubá-lo do cargo de governador de Benguela. Trata-se, em abono da verdade, de uma conspiração que teve início pouco depois de ter tomado as rédeas da província. Tudo começou com o afastamento dos ditos intocáveis de Benguela. Primeiro, exonerou o brigadeiro Octávio Pinto, um alicate que o ex-governador Armando da Cruz Neto foi buscar à secreta militar para transformar em assessor e cuja missão era simplesmente o de amedrontar, vigiar e “infernizar” a vida dos directores provinciais, administradores municipais e diretores das empresas públicas.

Depois do brigadeiro Octávio, seguiram-se outras limpezas com destaque para Zacarias Camuenho, então director do Urbanismo e Habitação; Amaro Ricardo, então administrador do Lobito; Agostinho Felizardo e Henrique Calengue, nos cargos de vice-governadores.

A seguir fez cortes nos contratos que o governo provincial havia celebrado com as empresas privadas, tendo, por outro lado, afastado algumas empresas que detinham os contratos mais chorudos e que no tempo do general Cruz Neto alimentavam as contas bancárias de vários dirigentes locais.

Isaac dos Anjos terá chamado para si a gestão dos recursos públicos (diz-se que só ele assina as ordens de saque), ao ponto de ser o próprio a providenciar a compra de "papel higiénico" - uma situação que tem vindo a atrapalhar a vida dos seus carrascos (no partido e no governo) que se vêem encurralados com as contas no final do mês.

E quem são os seus carrascos?

São empresários e militantes do MPLA, pessoas que sempre se consideram "benguelenses especiais", mais benguelenses do que os outros, mais militantes do MPLA do que os outros. E independentemente de quem fosse o governador, sempre se sentiram privilegiados. As suas empresas e a dos seus familiares deviam sempre ser contempladas nos grandes contratos das obras públicas. Querem sempre manter a sua influência, tanto no governo como no partido. Em suma, para esses "benguelenses especiais", um bom governador é aquele que satisfaz os seus interesses económicos e políticos. É essa a realidade que ninguém quer falar!

Mas se não for, que atire a primeira pedra quem no MPLA tiver moral para criticar Isaac dos Anjos de má governação e de fazer negócios consigo mesmo

 

Last modified on Quarta, 24 Mai 2017 14:03
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