Isabel dos Santos garante que a Sonangol recebeu os dividendos da Galp a que tinha direito e mostra dois documentos que provam esse facto.
Refere que a "informação falsa" sobre dividendos da Galp visa "tentar denegrir o meu bom nome" e que a campanha visa "atingir a minha reputação".
Isabel dos Santos classifica como "normal" o facto da Procuradoria-Geral da República de Angola ter aberto um inquérito, na sequência das denúncias à sua gestão da Sonangol feitas pelo actual presidente da petrolífera.
A ex-presidente da Sonangol e filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos acusa o atual presidente da petrolífera angolana de ser mentir nas acusações que faz à sua gestão, considerando que existe uma campanha contra o anterior Governo angolano. “Carlos Saturnino é um mentiroso”, disse.
Em entrevista ao “Jornal de Negócios”, Isabel dos Santos afirma-se espantada e chocada com a conferência de imprensa que o actual presidente da Sonangol, Carlos Saturnino deu, a 28 de fevereiro, na qual criticou severamente a gestão da empresária à frente da petrolífera.
“Foi com muito espanto que acompanhei as declarações feitas na conferência de imprensa. As palavras do presidente do conselho de administração atual, Carlos Saturnino, para mim, foram chocantes. Faltaram imenso à verdade”, afirmou Isabel dos Santos ao “Jornal de Negócios”, repetindo a mesma ideia do comunicado divulgado no domingo.
Isabel dos Santos foi presidente do conselho de administração da Sonangol entre junho de 2016 e novembro de 2017, até ser exonerada pelo novo Presidente da República, João Lourenço, que colocou Carlos Saturnino na liderança da petrolífera.
Concretamente, na conferência de imprensa de dia 28, Saturnino acusou a administração de Isabel dos Santos de ter feito uma transferência de 38 milhões de dólares (cerca de 31,1 milhões de euros), após a sua exoneração.
Na entrevista, tal como no comunicado, Isabel dos Santos nega: “Isso é falso. Não houve da minha parte nem de qualquer outro membro do conselho de administração instrução alguma que tenha sido dada após a nossa cessão de funções”, garantiu.
Rejeita, também, acusações de que teria aumentado os custos da empresa com consultoria, afirmando, pelo contrário, que os reduziu.
“Pôr em causa a decisão do Governo angolano em querer reestruturar a Sonangol, e tentar manipular a opinião pública, para que se pense que a administração anterior trouxe os consultores por falta de competência ou por interesses privados, significa querer reescrever a história, e atribuir a outros as responsabilidades da falência da Sonangol”, acusou Isabel dos Santos, no comunicado.
Por isso, garantiu que iria tomar as providências que considerasse necessárias para a defesa do bom nome: “Não deixarei de tomar todas as medidas, e encetar todas as providências legais, adequadas e necessárias à protecção do meu bom nome e defesa dos meus direitos”.
Disse, também, ao “Jornal de Negócios”, que se sentia confortável com o procedimento de abertura de um inquérito pela Procuradoria-geral da República de Angola à sua gestão. “Face às alegações feitas na conferência de imprensa pelo atual presidente da Sonangol, a mim parece-me bastante normal”, disse.
Na entrevista feita pelo jornalista Celso Filipe Isabel dos Santos diz acreditar na existência de uma campanha “política bastante forte”, em Angola, contra o anterior governo do país, quando José Eduardo dos Santos era Presidente. “muita desta campanha é promovida pelos partidos da oposição, sem dúvida”, acrescenta.