Angola terá as suas primeiras eleições autárquicas até 2022, mas crescem os movimentos de protesto contra os governadores provinciais, todos dirigentes do MPLA, partido no poder desde a independência em 1975.
Livulo Prata, um dos organizadores da manifestação deste sábado (25/05) a partir das 13 horas locais em Benguela, no centro de Angola, acusa o governador provincial Rui Falcão de ter deixado "deteriorar-se a cidade de Benguela", desde que foi nomeado para o cargo em Junho de 2017 em substituição de Isaac dos Anjos, que segundo este activista pelos direitos cívicos era mais dialogante.
Livulo Prata garante que foram cumpridos todos os trâmites legais para a manifestação, que foi autorizada, embora a polícia tenha esta sexta-feira (24/05) alterado o seu itinerário, o que os organizadores acataram - embora contrariados - para não criar conflitos ou desacatos com as forças da ordem.
Livulo Prata critica o governador Rui Falcão pelo "silêncio com que ele governa a província, a falta de luz e de água, a cidade de Benguela além de ser uma cidade antiga e mãe de todas as cidades aqui, ficou uma cidade esburacada, o lixo...então isto fez com que movidos por essa situação saíssemos à rua para dizer alguma coisa ! Basta a governação de Rui Falcão".
Livulo Prata denuncia ainda o conflito em torno de distribuição arbitrária de terras, em detrimento de pessoas que desde as chuvas de 20174 continuam a residir em tendas
Malanje também quer a exoneração do governador Norberto dos Santos
O Presidente João Lourenço visitou no passado domingo (19/05) a província de Malanje, no norte de Angola, onde presidiu ao Conselho da Governação Local, um orgão auxiliar e colegial da Presidência da República, no momento em que a juventude exige a exoneração do seu governador Norberto dos Santos "Kwata Kanawa" e convocou para este sábado (25/05) uma manifestação.
Os jovens malanjinos reclamam a solução dos problemas de energia eléctrica e água potável, do elevado nível de desemprego e delinquência, numa das cinco províncias onde a inflação aumentou exponencialmente, juntamente com Uíge, Kuanza Sul, Kuanza Norte e Moxico, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
A 2 de Fevereiro deste ano foi proíbida uma manifestação já com o intuito de exigir a exoneração do contestado governador e em Abril de 2018 três jovens foram presos e condenados por exigirem a demissão de "Kwata Kanawa", durante a cerimónia alusiva ao dia da Paz, na presença do vice-Presidente Bornito de Sousa. RFI