A nova força política angolana é a segunda que Abel Chivukuvuku vai liderar, depois do seu afastamento, em fevereiro deste ano, da presidência da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE).
A cerimónia de lançamento do PRA-JA serviu para a votação da sigla e bandeira do partido, escolhida entre duas propostas apresentadas.
A escolha recaiu para o Partido do Renascimento Angolano - Juntos por Angola (PRA-JA), com 190 votos, e para a bandeira com as cores azul, branca e laranja, com um livro ao centro, com a expressão "Servir Angola", circundado por 18 estrelas de cor laranja, com extremidades pretas, representando as 18 províncias do país.
Num discurso repleto de promessas de mudanças, Abel Chivukuvuku, que iniciou a sua carreira política na União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, principal partido da oposição em Angola), onde exerceu cargos de direção, disse que "tocou o apito", numa alusão ao lema da força política "Chegou a Hora de Soar o Apito", por se tratar de "um apelo vibrante a todos os cidadãos, pela mudança qualitativa" das suas vidas.
"Nesta assembleia constitutiva, lançamos juntos as bases para a criação do novo projeto político angolano. Saúdo a vossa coragem. Felicito-vos pelo grande nível de convicção demonstrados", referiu Abel Chivukuvuku.
Abel Chivukuvuku realçou que o PRA-JA surge ao fim de três meses, após a realização de sete conferências regionais e a recolha de 150 propostas de siglas e denominações para o partido.
Entre as prioridades, Abel Chivukuvuku elegeu a participação do PRA-JA nas primeiras eleições autárquicas que Angola vai realizar em 2020 e como segundo desafio as eleições gerais em 2022.
"2019 é o ano do nosso surgimento no firmamento político angolano. Em 2020, vamos participar nas primeiras eleições autárquicas em Angola. Dedicaremos o ano de 2021 para trabalharmos afincadamente para o nosso crescimento e estarmos preparados para as eleições gerais de 2022. Esta é a nossa agenda de curto e médio prazos", salientou.
O político que, esteve na base do surgimento da CASA-CE, em 2012, tornando-a a segunda maior força política da oposição em Angola, rumou à pé até ao Tribunal Constitucional, num percurso de cerca de três quilómetros, para a entrega do processo de legalização da comissão constitutiva.
À saída, Abel Chivukuvuku manifestou-se "completamente confiante" na legalização do seu partido.
"É a primeira vez na minha vida que faço um partido político, nunca o fiz, e pela primeira vez vou fazê-lo e quero ter também confiança nas instituições da República de Angola", referiu.
Segundo o político, para o processo de legalização, que se consubstancia na recolha de assinaturas de suporte, a meta é "largamente ultrapassar a norma legal, que diz que são 7.500".
"Nós vamos apresentar entre 30 mil a 50 mil [assinaturas] para garantir que não haja empecilhos. Terminada esta fase esperaremos também pela legalização do PRA-JA, o que nos levará para a terceira e derradeira que será a institucionalização", avançou.
"Será a partir da legalização que vamos abrir oficialmente as sedes em todo o território nacional, vamos preparar o primeiro congresso ordinário, realizaremos o congresso e a partir dali já teremos os órgãos institucionais", acrescentou, perspetivando que tudo esteja pronto para a participação nas eleições autárquicas de 2020.
"Assim que o tribunal legalizar a comissão instaladora, que nós esperamos que seja ainda no decurso do mês de agosto, estabelecemos um máximo de 30 dias para fazermos o processo de entrega das assinaturas, mesmo se a lei estabelece 90 dias renováveis", frisou.