A votação decorreu quando eram 13:00, e a proposta da bancada parlamentar do MPLA foi aprovada com os votos a favor do partido do Governo e da UNITA, à excepção dos deputados David Mendes e Raul Taty. O PRS, a CASA-CE e a FNLA abstiveram-se.
O assunto tinha sido encaminhado para a nona comissão de Mandatos, Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Nacional em Setembro.
Welwitschia José dos Santos "Tchizé", na carta que dirigiu ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando Dias dos Santos "Nandó", para justificar a saída do País, alegou razões de saúde dos filhos.
No entanto, em alguns áudios divulgados nas redes sociais em Maio, Tchizé dos Santos justificava a sua prolongada ausência do país com o "facto" de estar a ser perseguida, admitindo receio de que possa ser detida quando voltar a Angola, dando como exemplo, para justificar esse receio, as detenções do seu irmão, José Filomeno dos Santos, entretanto já em liberdade, ou do ex-ministro Manuel Rabelais.
Depois das declarações da agora ex-deputada, o porta-voz do MPLA considerou como "muito graves" as declarações de Tchizé dos Santos, afirmando que o partido as iria analisar à luz dos estatutos partidários.
Uma dessas afirmações, consideradas graves pelo MPLA, é aquela onde a deputada diz que é João Lourenço que lhe está a "fazer perseguição através do MPLA", porque "ninguém no MPLA toma uma atitude sem a autorização do Presidente, ou sem a sua orientação".
Paulo Pombolo pedia "provas" do que afirmava Tchizé dos Santos e considerou muito grave este comportamento e absurdas as suas palavras.
"Exigir a destituição do Presidente João Lourenço? Acusar o Presidente de ser um ditador? De estar a fazer um golpe de Estado às instituições em Angola? Tem provas? São palavras absurdas e declarações graves, muito graves, que o partido vai analisar", incluindo pela sua comissão de disciplina, disse ainda o porta-voz do MPLA.
A 7 de Junho, o Comité Central do MPLA suspendeu Tchizé dos Santos.
"O Comité Central aprovou a instauração de um processo disciplinar e a aplicação da medida de suspensão da qualidade de membro do Comité Central, de acordo com o Artigo 35.º dos Estatutos do MPLA, a camarada Weliwítschia José dos Santos, membro deste órgão, pela conduta que atenta contra as regras de disciplina à luz dos Estatutos e do Código de Ética Partidária", dizia o partido num comunicado. NJ