Uma acusação feita desta forma seria de não levar à sério se não fosse tão grave. Estou por isso clara e inequívocamente com o Tribunal Constitucional neste aspecto.
Dito isso, é preciso dizer que o SG do SJA há muito cruzou a linha que separa a luta sindical da disputa partidária e alinha aberta e ostensivamente com o maior partido da oposição.
Na palavra e no gesto. Apresento dois exemplos recentes: o conteúdo do seu discurso na última entrevista na LAC e a forma como permite que a sua imagem seja associada a esse partido nas redes sociais. Não é por acaso que ele agora é a coqueluche do maior partido da oposição e arredores. E nota-se que TC faz esse papel com prazer. O que isso vai trazer à unidade da classe ainda está-se para ver.
Isso é também um infeliz retrocesso da nossa mal falada democracia. Porque é pouco crível que essa colagem reflicta o universo dos seus filiados, mas sobretudo porque nessa condição perde a confiança do patronato estatal, com as consequências dali advientes.
De facto, o discurso do TC ultimamente deixou de ter a isenção pela qual era respeitado, para ser de ataque frontal ao partido no poder do qual declarou na LAC, ipsis verbis, "já não tem nada a dar ao país".
Mas o mais grave nem é isso. É a sua actual incapacidade de manifestar a tolerância zero que se impõe perante ameaças explícitas à integridade física, moral e profissional dos filiados e a forma como tenta minimizar os factos, culpar o partido no poder pelas agressões e branquear a imagem dos perpetradores num claro conflito de interesses entre o papel de simpatizante (para dizer o mínimo) do partido perpetrador e o de defensor dos interesses laborais dos jornalistas.
Repito, é uma pena... perde a classe jornalística e perde a democracia.