O Secretário do Sindicato dos Jornalistas Angolanos e o namoro à oposição - Celso Malavoloneke

Post by: 28 Outubro, 2021

Como ponto prévio devo manifestar o meu total repúdio ao texto apócrifo que circula nas redes sociais acusando Teixeira Cândido Cândido de ter um plano em curso para sabotar iinstalações da media pública.

Uma acusação feita desta forma seria de não levar à sério se não fosse tão grave. Estou por isso clara e inequívocamente com o Tribunal Constitucional neste aspecto.

Dito isso, é preciso dizer que o SG do SJA há muito cruzou a linha que separa a luta sindical da disputa partidária e alinha aberta e ostensivamente com o maior partido da oposição.

Na palavra e no gesto. Apresento dois exemplos recentes: o conteúdo do seu discurso na última entrevista na LAC e a forma como permite que a sua imagem seja associada a esse partido nas redes sociais. Não é por acaso que ele agora é a coqueluche do maior partido da oposição e arredores. E nota-se que TC faz esse papel com prazer. O que isso vai trazer à unidade da classe ainda está-se para ver.

Isso é também um infeliz retrocesso da nossa mal falada democracia. Porque é pouco crível que essa colagem reflicta o universo dos seus filiados, mas sobretudo porque nessa condição perde a confiança do patronato estatal, com as consequências dali advientes.

De facto, o discurso do TC ultimamente deixou de ter a isenção pela qual era respeitado, para ser de ataque frontal ao partido no poder do qual declarou na LAC, ipsis verbis, "já não tem nada a dar ao país".

Mas o mais grave nem é isso. É a sua actual incapacidade de manifestar a tolerância zero que se impõe perante ameaças explícitas à integridade física, moral e profissional dos filiados e a forma como tenta minimizar os factos, culpar o partido no poder pelas agressões e branquear a imagem dos perpetradores num claro conflito de interesses entre o papel de simpatizante (para dizer o mínimo) do partido perpetrador e o de defensor dos interesses laborais dos jornalistas.

Repito, é uma pena... perde a classe jornalística e perde a democracia.

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