Esta informação foi prestada hoje (quinta-feira) pela ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane, após encontro com seu homólogo angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, que se encontra em Pretória desde quarta-feira.
Para preparar a visita de João Lourenço, convidado de Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, os chefes da diplomacia dos dois países analisaram, em Pretória, o programa e os assuntos que serão abordados pelos estadistas.
Manuel Augusto disse à imprensa, depois da reunião, que foram discutidos instrumentos legais relacionados com a cooperação entre os dois países e que estão em condições de serem assinados durante a primeira visita de Estado do Presidente João Lourenço.
Reafirmou que a deslocação do estadista angolano à África do Sul visa relançar a cooperação bilateral em vários domínios no intuito de alavancar as economias de ambos os países.
Por seu turno, a ministra Maite Nkoana-Mashabane apontou os aspectos abordados no encontro com Manuel Augusto, destacando os sectores bancários, turismo, serviços veterinários, educação superior e supressão de vistos em passaportes ordinários.
Os dois governantes analisaram também a evolução de assuntos debatidos na quarta reunião da Comissão de Cooperação Bilateral (Angola - África do Sul), realizada em Julho deste ano, em Luanda.
Questionado sobre as razões de as partes impulsionarem só agora a cooperação, Manuel Augusto esclareceu que, depois do fim do conflito armado em 2002, Angola esteve virada à reconciliação nacional e neste momento está em condições de ampliar o intercâmbio com a África do Sul e com outros países da região.
“Os instrumentos que nós precisamos para tornar isso uma realidade estão discutidos e agora precisamos mobilizar os operadores para implementarem os projectos, com o apoio institucional do Estado”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Angola e África do Sul têm como instrumentos jurídicos de cooperação um Acordo Geral de Cooperação Económica, Científica e Técnico-Cultural, assinado em Abril de 1998, e o Acordo para o Estabelecimento da Comissão de Cooperação Bilateral, assinado em Novembro de 2000. Entre 2003 e 2007, os dois países analisaram a cooperação institucional apenas duas vezes, ao nível da Comissão Mista Bilateral.
Em Julho deste ano, em Luanda, os dois países realizaram a IV sessão da Comissão de Cooperação Bilateral, para balancear o cumprimento dos acordos e memorandos assinados na reunião anterior (Outubro de 2013), período em que foram estudados os mecanismos de melhor implementação para impulsionar as relações bilaterais e de cooperação estratégica.
Na altura, foram constituídos cinco grupos de trabalho que debateram matérias ligadas aos sectores das relações exteriores, justiça e direitos humanos, antigos combatentes e veteranos da pátria, comércio, indústria, urbanismo e habitação, energia e águas e geologia e minas.
Ainda em Julho último, assuntos relacionados com os ramos dos petróleos, agricultura, pescas, hotelaria e turismo, ambiente, transportes, finanças, telecomunicações e tecnologias de informação, bem como ligados à família, promoção da mulher, assistência e reinserção social, cultura, comunicação social, ensino superior, educação, juventude e desporto, ciência e tecnologia também tinham sido discutidos.