De acordo com ordens de serviço assinadas por João Lourenço, com data de 17 de novembro e aos quais a Lusa teve hoje acesso, assinadas pelo comandante-em-chefe das forças de segurança e armadas, o comissário-chefe Ambrósio de Lemos, da Polícia Nacional, é um dos licenciados à reforma.
Ambrósio de Lemos era comandante-geral da Polícia Nacional de Angola desde 2006, nomeado para as funções pelo anterior chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, que entretanto o reconduziu no cargo ao longo dos anos.
Na segunda-feira, o Presidente angolano anunciou a sua exoneração e a nomeação do comissário-geral Alfredo Mingas como novo comandante-geral da Polícia Nacional.
O chefe de Estado passou ainda à reforma, por terem atingido o limite de idade, e também depois de ouvir o Conselho de Segurança Nacional, três generais, um almirante e um brigadeiro das Forças Armadas Angolanas.
É o caso do general António José Maria, tido como do círculo mais próximo do ex-Presidente da República, e que tinha sido nomeado em 2009 como chefe do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar por José Eduardo dos Santos.
Foi exonerado igualmente esta semana pelo novo Presidente angolano, que nomeou para aquelas funções o general Apolinário José Pereira.
Outros dois influentes generais angolanos, Carlos Alberto Hendrick Vaal da Silva e Fernando Torres Vaz da Conceição, foram licenciados à reforma no topo da carreira militar.
O mesmo aconteceu com o almirante Gaspar Santos Rufino, reconduzido em setembro, por João Lourenço, nas funções de secretário de Estado para a Defesa Nacional, e o brigadeiro António dos Santos e Sousa.
Desde que tomou posse, a 26 de setembro, na sequência das eleições gerais angolanas de 23 de agosto, João Lourenço procedeu a exonerações de várias administrações de empresas estatais, dos setores de diamantes, minerais, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e Banco Nacional de Angola, anteriormente nomeadas por José Eduardo dos Santos.
A exoneração de Isabel dos Santos, filha do ex-chefe de Estado, do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol, aconteceu na quarta-feira passada e foi a decisão mais mediática, seguindo-se a polícia, serviços prisionais, serviço de estrangeiros, bombeiros e chefias militares.
José Eduardo dos Santos anunciou em 2016 que pretendia abandonar a vida política em 2018, mas nesse mesmo ano recandidatou-se, de novo, à liderança do MPLA, renovando o mandato de cinco anos.