A informação foi hoje avançada pelo vice-presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), André Mendes de Carvalho "Miau", no final de um encontro realizado com uma Missão Exploratória da União Europeia, que se encontra no país para contactos com várias entidades governamentais, políticas e da sociedade civil.
André Mendes de Carvalho "Miau" disse que os partidos estão dispostos a "ir até às últimas consequências", para que haja o reconhecimento de que há necessidade de se avançar para um escrutínio e apuramento de dados quer a nível das assembleias de voto quer a nível municipal.
"Entendemos de facto que o registo eleitoral não obedeceu aos ditames da Constituição e da lei, mas pensamos que se os passos subsequentes forem desenvolvidos de maneira correta, nós podemos de facto recuperar a credibilidade do processo", disse o vice-presidente da segunda maior força da oposição angolana.
Segundo aquele dirigente político, "se isso for aceite pelo partido no poder, podemos corrigir aquilo que já foi feito mal".
"Tem que haver alguma flexibilidade de parte a parte, para atingirmos algum resultado. Nós não podemos extremar posições, se não houver flexibilidade de parte a parte então não temos eleições", disse.
André Mendes de Carvalho "Miau" sublinhou que todos os esforços que foram desenvolvidos até à presente data nesse sentido ainda não obtiveram "da parte do partido no poder e das autoridades estatais que têm esse processo na mão", qualquer sinal positivo.
"Não me cabe a mim dizer, mas alguns passos foram marcados por todos os partidos da oposição com assento parlamentar a nível dos seus presidentes. Houve um passo que foi marcado, não vou anunciar, porque acho que não devo ser eu a fazê-lo", disse.
De acordo com o vice-presidente da CASA-CE, "os presidentes da CASA-CE, UNITA, PRS e FNLA fizeram uma gestão junto do Presidente da República e do MPLA, (partido no poder), uma aproximação no sentido de que de facto se reconheça este passo como necessário".
"No sentido de que as eleições possam decorrer da maneira transparente, com lisura, de forma a evitar suspeições e isto é um passo importantíssimo para que os resultados possam ser aceites por todos e as eleições possam ser consideradas livres, justas, credíveis, por parte de todos", disse.
Angola realiza eleições gerais a 23 de agosto deste ano, estando a decorrer neste momento o processo de formalização das candidaturas dos partidos e coligações de partidos concorrentes ao pleito eleitoral.
LUSA