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UNITA desafia CNE a fornecer aos partidos cópia do ficheiro dos cidadãos maiores

03 Mai, 2017

A UNITA, maior partido da oposição angolana, desafiou hoje a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) a fornecer cópias do Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores (FICM) a todos os partidos políticos e a auditá-lo, "se nada há para esconder".

O desafio à CNE foi lançado em conferência de imprensa pelo secretário da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) para os Assuntos Eleitorais, Vitorino Nhany, que reiterou que "só uma auditoria ao sistema informático irá permitir a verificação e validação da fidelidade da informação em relação aos dados, a segurança física e lógica, a confidencialidade".

As eleições gerais em Angola estão marcadas para 23 de agosto, para um total de 9,4 milhões de cidadãos potencialmente eleitores registados.

A UNITA e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, entregaram na terça-feira as suas candidaturas no Tribunal Constitucional de Angola.

Segundo Nhany, a auditoria ao FICM deve ser feita "tal como impõe a lei", devendo a CNE "garantir ao país a efetivação dessa auditoria de interesse público antes de elaborar os cadernos eleitorais".

O também deputado da UNITA explicou que a auditoria deverá "atestar a integridade e segurança da base de dados, atestar o grau de observância dos princípios da universalidade, imparcialidade, unicidade e inscrição única pela entidade registadora, (...) identificar e listar, por comunas e distritos, o número de cidadãos inscritos na base de dados", explicou.

Vitorino Nhany voltou a denunciar um alegado processo de "recolha coerciva de cartões de eleitor em várias instituições públicas do país", com o propósito de se eliminar da base de dados dos cidadãos eleitores "aqueles que não estejam identificados com o partido que sustenta o Governo angolano".

"Controlar os funcionários públicos e fazê-los depender do partido de Governo e propalar-se discursos de que controlam cinco milhões de membros e todos eles teriam atualizado os seus dados, quando Angola conta com cinco milhões de funcionários. Que coincidência", ironizou.

O político denunciou outras manobras, como a alegada transferência de "cidadãos eleitores para localidades distantes das escolhidas pelos mesmos, promovendo abstenções forçadas" porque os eleitores não conseguirão deslocar-se ao local de voto.

LUSA

Last modified on Terça, 30 Mai 2017 19:06
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