André da Silva Neto falava no final do encontro informativo realizado, sob proposta da CNE, com os partidos políticos, para esclarecer dúvidas levantadas, no sábado, pelas quatro forças políticas com assento parlamentar - UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA - sobre a contratação das empresas portuguesa SINFIC e a espanhola INDRA, para a prestação de serviços nas eleições gerais de Angola de 23 de agosto.
“É propósito profundo dos objectivos da CNE conduzir este processo para que a lisura, transparência e a boa fé tenham perseverança na sua condução”, disse o responsável, sublinhando que o diálogo e interacção com os principais actores políticos deverá ser uma prática permanente.
André da Silva Neto disse ter tomado boa nota das sugestões e recomendações deixadas pelos interlocutores, devendo o plenário trabalhar nos moldes estabelecidos pela lei “para que a 23 de Agosto de 2017 tenhamos eleições pacíficas, transparentes que decoram num ambiente de festa em que o júri será os eleitores”.
Referiu que o órgão que dirige tem aprendido muito, quer com as boas práticas, quer com as insuficiências dos processos eleitorais anteriores.
“Vamos aproveitar as boas práticas dos anteriores processos, corrigindo as insuficiências detectadas nos mesmos para que este seja melhor”, vincou.
“Estamos apostados em aprender com os erros e a aperfeiçoar as boas práticas”, acrescentou.
Durante o encontro, os intervenientes denotaram algumas irregularidades na concepção dos cadernos de encargo e outros procedimentos que estiveram na base da selecção das empresas SINFIC e INDRA, sem terem passado pelo plenário da CNE.
Os representantes das formações políticas na oposição questionaram ainda o facto de as empresas eleitas terem sido as mesmas que trabalharam com a CNE nas eleições de 2017, cujo desempenho, no seu ponto de vista, não foi positivo.
Consideram que o processo eleitoral é muito sério, dai a necessidade de a CNE corrigir os erros detectados para que o processo seja conduzido na base da liberdade, justiça, transferência e clarividência.
De referir que o Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, nos termos da Constituição e da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, convocou as Eleições Gerais para provimento do cargo de Presidente da República e de Deputados à Assembleia Nacional para o dia 23 de Agosto de 2017.
A convocação das eleições gerais decorreu na sequência do pronunciamento da CNE de que estão criadas as condições para o efeito e da audição ao Conselho da República.