De acordo com a circular de 23 de fevereiro, assinada pelo governador da província de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, a decisão justifica-se com as fortes chuvas, que têm "causando graves danos humanos e materiais".
Além disso, refere o documento, divulgado hoje, "as previsões meteorológicas indicam que as quedas pluviométricas se prolonguem por mais três meses", pelo que há a "necessidade de se prestar o melhor acompanhamento aos infortúnios" provocados pelo mau tempo.
Desde janeiro que Luanda vive períodos alternados de fortes chuvas, com centenas de famílias desalojadas, sobretudo nos barros mais pobres da capital.
Só as chuvas que se fizeram sentir entre 13 e 19 de fevereiro em Luanda provocaram a morte de pelo menos 10 pessoas, além de milhares de casas inundadas, de acordo com os dados da proteção civil.
O balanço mais trágico decorreu das fortes chuvas de sábado, 17 de fevereiro, que segundo o comando provincial de Luanda do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros provocou cinco mortos e mais de 2.000 inundações em residências.
Já na segunda-feira, 19 de fevereiro, o balanço da instituição relaciona o mau tempo com a morte de três menores, nomeadamente o afogamento de duas crianças de três e cinco anos, no bairro Belo Monte, município do Cacuaco, quando a residência em que permaneciam sozinhas ficou inundada, com mais de meio metro de água.
Ainda no mesmo dia, um adolescente de 15 anos foi a terceira vítima mortal das chuvas, neste caso por eletrocussão.
Este período de fortes chuvas em Luanda arrancou na noite da passada de 13 de fevereiro, com pelo menos dois mortos e inundações em 2.200 casas da capital.
Há ainda registo, ao longo da última semana, de vários adultos e crianças desaparecidas, bem como dezenas de famílias desabrigadas, devido à destruição das casas pela força das chuvas.
Escolas, centros de saúde e igrejas alagadas fazem igualmente parte do balanço das chuvas dos últimos dias.
Em Angola, a época das chuvas decorre entre agosto e maio.