A reunião entre os dois chefes de Estado deveria acontecer na província angolana de Benguela, precisamente a cinco meses das eleições presidenciais congolesas de 23 de dezembro, às quais Kabila ainda não disse, oficialmente, que não pretende recandidatar-se.
A agenda deste encontro não era conhecida, mas a reunião aconteceria numa altura em que se mantém a pressão internacional sobre Joseph Kabila, que já cumpriu dois mandatos como Presidente da RDCongo, o máximo permitido pela Constituição do país.
As eleições presidenciais na RDCongo já se deveriam ter realizado no final de dezembro, mas foram adiadas, com a argumentação da instabilidade política que o país tem vivido.
Angola partilha com a RDCongo uma fronteira terrestre de mais de 1.000 quilómetros e tem trabalhado no campo diplomático para a obtenção de um desfecho pacífico para a instabilidade no país vizinho.
Num discurso proferido em 19 de julho, em Kinshasa, Joseph Kabila realçou o seu "compromisso com a Constituição", mas sem avançar se aspira à reeleição, proibida precisamente pela Carta Magna do país.
Na sua intervenção, que durou praticamente uma hora, Kabila reiterou que a RDCongo "não tem lições a dar ou tão pouco a receber, especialmente daqueles que assinaram a democracia neste país".
Segundo informação de maio da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), estavam inscritos para as eleições de dezembro 599 partidos e 77 coligações de partidos. Entretanto, a CENI definiu o período de 25 de julho a 08 de agosto para o registo das candidaturas eleitorais.
Joseph Kabila está no poder na RDCongo desde 2001, após a morte do pai e antecessor, Laurent Kabila.