De acordo com informação prestada pela comissão política da União Nacional para a Independência total de Angola (UNITA), o incidente deu-se a 17 de maio, na localidade de Cuito Cuanavale, quando uma caravana foi "violentamente atacada com o arremesso de pedras em dois locais diferentes por simpatizantes e militantes do MPLA, orientados por responsáveis desse partido".
"Desta bárbara ação atentatória da paz e harmonia entre os angolanos, resultou o ferimento de dois membros da caravana do secretário provincial da UNITA, David Mota e António Dembo, bem como a destruição parcial de três viaturas", denunciou o partido, em nota enviada à Lusa.
Acrescenta a mesma informação que o último destes "ataques" ocorreu já no interior da própria localidade do Cuito Cuanavale, "perante o olhar impávido e sereno dos agentes da Polícia Nacional e de membros da administração municipal".
"A UNITA constata o silêncio cúmplice do Ministério Público, a quem deveria competir tomar as medidas necessárias para que os responsáveis sejam levados à Justiça", observa ainda o partido, que recorda que o secretário provincial do partido, Adriano Sapiñala, que estava na comitiva e escapou ileso, já tinha antes "sofrido dois atentados", nas localidades de Rivungo e Mucussu.
Estes ataques, acrescenta a UNITA, "foram devidamente participados às autoridades judiciais que até ao momento nada fizeram".
Angola realiza eleições gerais a 23 de agosto próximo, que vão determinar a nova composição do parlamento e, por via indireta, definir o novo Presidente da República.
O atual chefe de Estado e presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), José Eduardo dos Santos, no cargo desde 1979, não concorre às eleições e anunciou a sua retirada da vida política em 2018.
O partido fundado por Jonas Savimbi afirma ainda que "numa altura em que tudo se deveria fazer para que se criasse um ambiente propício à realização de eleições livres, justas e transparentes", esta "atitude" é "atentatória da paz e estabilidade" no país.
"O MPLA tem de saber que não basta proclamar aos quatro ventos em como defende a paz para Angola. É preciso que os angolanos testemunhem o seu apego a esse valor", refere a comissão política da UNITA.
O partido afirma ainda que, "se acontecer alguma coisa à vida do seu secretário provincial Adriano Sapiñala", vai "responsabilizar criminalmente o MPLA junto dos tribunais nacionais e internacionais".
LUSA