O Bloco Democrático é um dos seis partidos que fazem parte daquela coligação. A exigência consta de uma carta enviada à direcção do mencionado partido pelo deputado Lindo Bernardo Tito, um dos “independentes”, e que está a circular nas redes sociais.
Contactado pela ANGOP para atestar a veracidade dos documentos que circulam na Internet, o referido político não confirmou nem desmentiu.
A carta não é clara se os “independentes” querem impor Abel Chivukuvuku como presidente do Bloco Democrático ou não. Mas exige expressa e explicitamente que seja um “independente” a assumir o cargo de Secretário-geral.
O Bloco Democrático – recorde-se – é actualmente presidido pelo deputado Justino Pinto de Andrade, um histórico do MPLA.
Uma possibilidade avançaram à ANGOP vários observadores políticos, será o mesmo manter-se como presidente da organização, sem prejuízo de, em 2022, o Bloco lançar Chivukuvuku como cabeça de lista e candidato presidencial, nas eleições gerais.
Aparentemente, as chances eleitorais deste último são maiores do que as do actual presidente do Bloco.
Assim, e mesmo que não assuma a presidência do Bloco Democrático, Chivukuvuku, antigo dirigente da UNITA, que foi o mentor da CASA em 2012, teria de ter um cargo que lhe desse, imediatamente, não apenas visibilidade e mobilidade, mas também importância estatutária.
A carta assinada por Lindo Bernardo Tito define também como pressuposto para a integração dos “independentes” no Bloco Democrático a possibilidade de os dirigentes desse grupo nas províncias, municípios e comunas assumirem cargos de direcção no referido partido, que o mesmo chama, no documento, de “Novo Bloco Democrático”.
O deputado defende também que o “Novo Bloco Democrático” se apresente sozinho às eleições de 2022, mas, até lá, os seus membros eleitos para o Parlamento em 2017 deverão continuar integrados na CASA. O mesmo sucederá com os “independentes” igualmente eleitos pela coligação. A separação formal dar-se-á em 2021.
A CASA é uma coligação eleitoral idealizada em 2012 por Abel Chivukuvuku, a qual, além de seis partidos, é composta também por um grupo de políticos sem partido, entre eles o próprio Chivukuku, que a liderou até há pouco tempo.
Recentemente, o Tribunal Constitucional deliberou que os “independentes” não podem fazer parte da CASA, pois esta é uma coligação de partidos e não de individualidades.
Na sequência do acórdão do tribunal, esperava-se que os mesmos avançassem para a constituição de um partido próprio, mas, aparentemente, eles preferem juntar-se a um partido já existente.