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"Independentes" da CASA negociam cargos com Bloco Democrático

Post by: 25 Fevereiro, 2019

O estatuto de Abel Chivukuvuku é a condição fundamental colocada pelos chamados "independentes" que fazem parte da coligação eleitoral CASA para a sua integração no Bloco Democrático, discutida na reunião do referido grupo realizada no passado dia 9 de Fevereiro.

O Bloco Democrático é um dos seis partidos que fazem parte daquela coligação. A exigência consta de uma carta enviada à direcção do mencionado partido pelo deputado Lindo Bernardo Tito, um dos “independentes”, e que está a circular nas redes sociais.

Contactado pela ANGOP para atestar a veracidade dos documentos que circulam na Internet, o referido político não confirmou nem desmentiu.

A carta não é clara se os “independentes” querem impor Abel Chivukuvuku como presidente do Bloco Democrático ou não. Mas exige expressa e explicitamente que seja um “independente” a assumir o cargo de Secretário-geral.

O Bloco Democrático – recorde-se – é actualmente presidido pelo deputado Justino Pinto de Andrade, um histórico do MPLA.

Uma possibilidade avançaram à ANGOP vários observadores políticos, será o mesmo manter-se como presidente da organização, sem prejuízo de, em 2022, o Bloco lançar Chivukuvuku como cabeça de lista e candidato presidencial, nas eleições gerais.

Aparentemente, as chances eleitorais deste último são maiores do que as do actual presidente do Bloco.

Assim, e mesmo que não assuma a presidência do Bloco Democrático, Chivukuvuku, antigo dirigente da UNITA, que foi o mentor da CASA em 2012, teria de ter um cargo que lhe desse, imediatamente, não apenas visibilidade e mobilidade, mas também importância estatutária.

A carta assinada por Lindo Bernardo Tito define também como pressuposto para a integração dos “independentes” no Bloco Democrático a possibilidade de os dirigentes desse grupo nas províncias, municípios e comunas assumirem cargos de direcção no referido partido, que o mesmo chama, no documento, de “Novo Bloco Democrático”.

O deputado defende também que o “Novo Bloco Democrático” se apresente sozinho às eleições de 2022, mas, até lá, os seus membros eleitos para o Parlamento em 2017 deverão continuar integrados na CASA. O mesmo sucederá com os “independentes” igualmente eleitos pela coligação. A separação formal dar-se-á em 2021.

A CASA é uma coligação eleitoral idealizada em 2012 por Abel Chivukuvuku, a qual, além de seis partidos, é composta também por um grupo de políticos sem partido, entre eles o próprio Chivukuku, que a liderou até há pouco tempo.

Recentemente, o Tribunal Constitucional deliberou que os “independentes” não podem fazer parte da CASA, pois esta é uma coligação de partidos e não de individualidades.

Na sequência do acórdão do tribunal, esperava-se que os mesmos avançassem para a constituição de um partido próprio, mas, aparentemente, eles preferem juntar-se a um partido já existente.

Last modified on Quarta, 06 Março 2019 20:13

João Kapita é licenciado em Comunicação e Ciências Sociais é Administrador do Canal de Noticias Voz de Angola, escreve sobre os artigos de opinião e da sociedade angolana desde setembro de 2017 é um privilégio de fazer parte do maior site de notícias de Angola

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