"Olhando para a atual situação política internacional, a comunidade internacional terá aprendido que não é possível vencer as crises através de iniciativas unilaterais que, contrariamente aos efeitos desejados, só atrasam a busca de soluções eficazes, rápidas, coletivas e sustentáveis", disse Manuel Augusto.
O chefe da diplomacia angolana falava durante a 40.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre, em Genebra, até 22 de março.
Manuel Augusto sublinhou a "legitimidade inquestionável" das Nações Unidas, que considerou "o único mecanismo" através do qual será possível assegurar "a paz e a segurança internacionais, o desenvolvimento sustentável, o respeito pelos direitos humanos e a prevalência da lei nas relações internacionais".
"Se não tivermos no multilateralismo, no aprofundamento da cooperação e na partilha de responsabilidades a via para assegurar uma ação eficaz, rápida, coletiva e no interesse de todos, países ricos ou pobres, pequenos ou grandes, desenvolvidos ou subdesenvolvidos, muito dificilmente conseguiremos atingir os objetivos plasmados na Carta das Nações Unidas, nomeadamente o progresso e o bem estar da população mundial", prosseguiu.
Para Manuel Augusto, "Angola e o continente africano precisam desesperadamente que esses objetivos se traduzam em realidade".
O ministro angolano assinalou igualmente o papel determinante das Nações Unidas e de organizações regionais como a União Africana na procura de soluções para "os desafios cada vez mais complexos que se colocam à Humanidade".
Como exemplo, apontou o desafios das migrações e dos refugiados, dos conflitos armados, das alterações climáticas ou do abrandamento da economia internacional.
"São exemplos de que as plataformas multilaterais permitem a análise coletiva dos problemas e a busca consensual de soluções por parte da comunidade internacional", disse.
Por outro lado, o chefe da diplomacia angolana sublinhou a "urgência" de avançar com as reformas necessárias nas Nações Unidas.
"Se por um lado afirmamos a inevitabilidade do multilateralismo na procura das soluções para os desafios atuais e as novas ameaças à paz e segurança internacionais, por outro lado não podemos deixar de sublinhar a urgência das reformas que são necessárias introduzir nas organizações internacionais, incluindo no Conselho dos Direitos Humanos", com vista a melhorar a sua eficácia, disse.