“Não são estrangeiros que querem desestabilizar o nosso país, são angolanos, aparentemente do MPLA – e digo aparentemente porque não se comportam como tal –, com o descaramento em nome do povo angolano”, disse o presidente do MPLA.
“Como vêm agora falar em nome do povo angolano?”, perguntou retoricamente, para salientar que essas pessoas, quando estiveram no poder, nada fizeram para redistribuir a riqueza nacional pelo povo, em mais um episódio da guerra entre João Lourenço e o seu antecessor, José Eduardo dos Santos.
A deputada do MPLA Tchizé dos Santos, filha do ex-Presidente, publicou na sua conta de Instagram uma mensagem a dar conta de que se iria inibir de comentar questões políticas até ao dia 12, para “depois não terem a tentação de dizer que o país paralisou em parte” por causa dela. “Saber recuar e ouvir o povo é uma virtude, não uma fraqueza”, rematou.
João Lourenço procurou o respaldo dos delegados da juventude do seu partido, perguntando-lhes directamente sobre se tinha o apoio deles para continuar a sua luta contra a corrupção: “Eu queria sair desta sala com uma posição muito clara dos jovens. Vamos continuar com esta luta? Vamos continuar com firmeza, sem hesitação?”
A resposta entusiasta da sala – “Lourenço, amigo, os jovens estão contigo” – permitiu ao líder do país e do MPLA mostrar-se apoiado na sua acção política. “Então parece que saio daqui com mandato da juventude para continuar a luta contra a corrupção. Vamos cumprir a vossa ordem”, disse o chefe de Estado.
Lourenço aproveitou ainda o seu discurso para exigir maior eficiência às duas novas ministras que assumiram funções na quarta-feira “em áreas chave”: Vera Daves, no Ministério das Finanças, e Ana Paula Elias, no Ministério da Educação.
O Presidente pediu-lhes para tornarem os departamentos que vão dirigir “mais eficientes do que foram até à presente data”, buscando novas soluções para os problemas de uma forma mais autónoma, “sem aguardar pelas famosas ordens superiores, salvo se as situações ultrapassarem a vossa competência”.
E terminou de forma assertiva: “Queremos obra feita. Já fizemos muitos discursos e precisamos de fazer coisas em concreto”. PUBLICO