Moco, faz saber da sua exoneração, observando que, pousada alguma poeira, mesmo que 1001 castigos celestes imprevistos ainda se venham abater sobre a cidade, e antes que outras mil e tantas conjecturas sejam alvitradas, para quem ainda não o apreendeu ou mal o apreendeu, o significado da sua exoneração, com algumas encenações laterais forjadas de um cargo que lhe foi pedido para aceitar, com alguma insistência.
Sobretudo, explica Moco, a forma como foi feita (a exoneração), para que ninguém fique com dúvidas, pelo menos sobre o seu entendimento acerca do assunto.
"Justo há uma semana, estava eu a sentar-me para tomar a primeira colherada de sopa que Dona Julieta tão saborosamente me preparou, quando vejo o inacreditável no telejornal da TPA; mais ou menos assim: Presidente da República remodela CA da Sonangol; decretos: exonera Marcolino José Carlos Moco, não executivo; e nomeia Bernarda Gonçalves Martins, não executiva", esclareceu.
Bom, prosseguindo, para desanuviar um pouco o ambiente, pedi à mesa para me levantar um pouco e ir avisar os gatinhos que costumam passar pelo nosso quintal, dizendo-lhes que, a partir daquele momento já não iriam encontrar o comedouro tão apetrechado, por causa da nova situação que nos tinha acontecido kkkkkk... "Não se zanguem com a piada... é da idade"!
Marcolino Moco afirmou ter sido avisado, em certa medida, sendo a primeira vez, por volta de fins do primeiro semestre do ano passado, por um alto funcionário da Sonangol, aqui importantíssimo esclarecer que não se tratou de nenhum membro do Conselho de Administração, dos quais guarda a lembrança de tão belas jornadas, em franca camaradagem e respeito mutuo, mas de quem não esperaria tal intermediação, para o admoestar, com todo aquele pequeno respeito, que eu deixasse de referir que estava desiludido com a governação do Presidente João Lourenço.
Lembra Marcolino que isso fora depois de uma entrevista dada ao “Novo Jornal”, em que o jornalista tinha "ajindungado" um pouco o título.
"E eu respondi, também muito delicadamente, que a crítica não era dirigida contra a governação, no sentido tão estrito, mas sim ao sistema geral de condução política que afinal o novo Presidente parecia não querer alterar. E dei exemplos com os quais o intempestivo fulano pareceu concordar", observou.
O segundo aviso sobre sua exoneração, saiu aquando de um post em que falou do “regresso aos métodos autoritários”, o que reconhece que aqui a coisa foi já um pouco mais sinistra, porque veio de uma mensagem privada em FB, “assinada” por um, certamente heterónimo, que depois se retirou, cuja mensagem perguntava se apesar de toda a dinheirama e mordomias Moco ainda não se sentia acomodado.
Curiosamente, fez saber, uns dias antes tinham sido atribuidos, especificamente aos adminitradores não executivos da Sonangol, salários muito bem longe da realidade, por fofocas dentro e fora das “redes”, tudo isso depois do kazumbi o lembrar que também já tinha sido “isso, isso e mais aquilo”, no tal passado tão longíquo em que, para Moco, os problemas eram tão diferentes e já (bem ou mal) ultrapassados.
"Ainda tive tempo tempo de lhe explicar as minhas posições com uma delicadeza que ele agradeceu. Porém, apesar de eu lhe ter garantido que não aceitei o lugar por linkage à possível prisão de língua, insistiu a perguntar: mas o camarada Moco não acha que está tão bem acomodado? Já não lhe dei mais qualquer tipo de resposta", disse.
Neste sentido, Marcolino Moco revelou que, aquilo de que se está a falar agora, coincidência ou não, acontece depois dos seus últimos dois posts nas redes sociais, sobre posições supostamente do BP do Comité Central do MPLA e orientação de certos programas da nossa TV pública, criticadas por vários outros camaradas da chamada “família MPLA”, que por certo não têm nem esperam por cargos tão suculentos, enquanto persiste este clima de intimidação cada vez (mais ou menos?) sofisticado.
"No que me diz respeito, aproveito para informar, solenemente, para a tristeza, por certo, de muitos próximos, que nunca mais aceitarei (como aliás o fiz durante os últimos muitos anos do presdente Dos Santos) cargos que afinal só servem para ficarmos calados, quando não para tecer loas "à chefia" (onde está o fim do bajulação?), mesmo perante irregularidades tão evidentes, que frenam a consolidação da pretendida estabilização política, económica, social e cultural do nosso país", garantiu, ressaltando, como referiu Jesus Cristo, “Nem só do pão viverá o homem”.
Disse igualmente que, males que vêm por bem, assim, só pessoas de má vontade poderão afirmar que não quiz colaborar com o novo Presidente, quando as suas ideias eram bem conhecidas, acrescentando que só gente maldosa continuará a conclamar que se vendeu por uma tijela “de lentilhas”.
Por outra, afirmou que o seu coração continua aberto, sem qualquer tipo de mágoa, para com o camarada João Lorenço que conhece (não tão parecido com o actual Presidente da República) e para todos os outros actores políticos e sociais, dentro de uma verdadeira agenda de aprofundamento da reconciliação nacional, a todos os níveis.