Numa intervenção esta manhã, o chefe de Estado disse que o país privilegia "a produção e consumo da energia limpa proveniente das barragens hidroelétricas existentes e outras por construir, assim como mais fontes renováveis de energia, com destaque para projetos de produção de energia fotovoltaica como parques solares, que vão reduzir o consumo de combustíveis fósseis na produção de energia elétrica”.
Atualmente, vincou, a matriz energética do país, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, já inclui 62% de fontes renováveis e a ambição é "chegar a 70% em 2025”.
O chefe de Estado manifestou também o empenho de Angola no esforço em combater as alterações climáticas com outras medidas, como o proteção e repovoamento florestal, em particular de mangais, através de uma campanha nacional de plantação de mudas de manga ao longo da extensa orla marítima nacional.
Angola é um dos mais de 100 países subscritores de um novo acordo para parar e reverter a desflorestação e degradação do solo anunciado hoje.
Lourenço disse ainda que Angola celebrou recentemente em Washington, nos Estados Unidos, um convénio com o Fundo Internacional de Conservação (ICCF) para a conservação dos parques nacionais de Luengue-Luianae e Mavinga “para a proteção da vida selvagem animal e vegetal e o desenvolvimento do turismo internacional sustentado”.
O presidente angolano reiterou o compromisso com os objetivos de desenvolvimento sustentável África 2063, mas não especificou quais as metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa no âmbito do Acordo de Paris.
"Reiteramos aqui a firme vontade e determinação de Angola continuar comprometida com a Ação Climática e com a adoção de um modelo de desenvolvimento de baixo carbono”, concluiu.
O Presidente de Angola falava na sessão desta manhã de declarações dos países sobre as suas metas e planos para combater as alterações ambientais.
As intervenções dos chefes de Estado ou chefes de governo presentes em Glasgow começaram na segunda-feira e terminam esta tarde.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.