João Lourenço inaugurou hoje o Aproveitamento Hidroelétrico da Matala, na província da Huíla, obra com um investimento de 106,9 milhões de euros, para a sua reabilitação e modernização, permitindo a produção agora de 40,8 Megawatts contra os 27 anteriores.
“Estamos com apenas 10 das 18 províncias do país interligadas, o que significa que talvez mais do que nos preocuparmos em continuar a investir na produção – não estou a descurar essa necessidade - a prioridade das prioridades neste momento é, sem sombra de dúvidas, apostarmos no transporte e distribuição da energia de tal forma que todos os cidadãos angolanos possam passar a beneficiar deste bem precioso”, disse o Presidente de Angola.
O chefe de Estado frisou que está em construção aquela que será a maior barragem do país, Caculo Cabaça, na bacia do Kwanza, estando prevista também a construção de mais três barragens, que no conjunto deverão produzir perto de 1.800 megawatts.
Segundo João Lourenço, só a bacia do Kwanza irá produzir pelo menos 7.000 megawatts de energia, que serão injetados paulatinamente na rede nacional de energia, perspetivando a exportação para os países vizinhos, nomeadamente a Zâmbia, República Democrática do Congo (RDC) e na região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a partir do sul de Angola.
Sobre o abastecimento de água na província da Huíla, o chefe de Estado frisou que existem projetos em carteira, com previsão de arranque “muito em breve” para abastecer a cidade do Lubango, “que tem um défice grande em matéria de fornecimento de água”, e projetos no quadro do “combate à seca no sul de Angola, para beneficiar não só a população do interior da província como também o gado, das principais riquezas dos povos do sul de Angola”.
De acordo com João Lourenço, os financiamentos estão garantidos quer para o projeto da cidade do Lubango quer para as albufeiras, as barragens, no quadro do combate à seca no sul de Angola.
Do programa de combate à seca no sul de Angola, afirmou o Presidente angolano, foi priorizada a província do Cunene, com o canal do Cafu, estando em execução mais três infraestruturas, prevendo-se que até 2025 fiquem concluídos os grandes projetos para aquela região.
“Portanto, vai deixar de ser preocupação para o Estado angolano a província do Cunene e estamos agora a olhar para as outras duas, nomeadamente para a Huíla, para a cidade do Lubango, a região dos Gambos e a província vizinha do Namibe, onde para além de pequenos projetos de água temos aquelas grandes seis barragens que também devem arrancar em breve a sua construção”, disse.
Questionado sobre que projetos o Executivo tem para as vias de acesso degradas na região da Matala, para facilitar o escoamento da produção agrícola, João Lourenço considerou que esse problema é geral e obriga a melhoria do estado de conservação das vias de comunicação, situação que “não pode, não deve servir de desculpa para a falta de produção”.
O titular do poder executivo de Angola entende que quem tem a missão de produzir “que produza”, quem tem a missão de manter em bom estado as vidas de comunicação “também deve fazê-lo, de preferência em simultâneo com o processo de produção”.
João Lourenço defendeu ainda que no caso, sobretudo, dos grandes empresários agrícolas, em muitas situações “eles devem substituir o Estado”.
“Pequenos troços de estradas que dão acesso às suas fazendas, o próprio fazendeiro também pode fazer, pode melhorar a via, não tem que esperar pelo Estado. É obrigação do Estado sim senhor, a gente sabe que sim, mas todos nós temos que fazer alguma coisa para melhorar o Estado das nossas vias”, observou.