“Na relação com a Igreja Católica não existe nenhuma clivagem, o facto de responder ou de esclarecer até uma situação, não é clivagem, não existe, nem pessoal e nem institucional, se querem mais, dou-me bem com os bispos e arcebispos, falamos, conversamos”, afirmou Paulo de Almeida.
Segundo o comissário-geral, que diz ser “pastor e filho de pastor” e que quando se reformar vai-se dedicar à vida cristã, o prelado católico “conhece bem” a sua família e o diálogo entre as parte “tem fluído com normalidade”.
Os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) manifestaram-se preocupados, em outubro, com a crescente onda de assaltos a nível das igrejas e instituições afetas à Igreja Católica angolana, apelando ao “aprimoramento” da polícia, com meios técnicos e de mobilidade, para travar o clima de insegurança no seio da população.
Paulo de Almeida, na ocasião, mostrou-se “surpreso” com o comunicado da CEAST e numa intervenção pública criticou as palavras dirigidas à corporação afirmando que “se a igreja ainda não conseguiu acabar com os pecados e os pecadores, não podemos pensar numa segurança pública ideal”.
Vários membros da sociedade civil e ligados à igreja angolana teceram, na altura, várias críticas ao pronunciamento do comissário-geral da polícia.
Hoje, durante um encontro com os jornalistas, em Luanda, o comandante geral da polícia angolana afirmou que tem uma relação saudável com os bispos da CEAST, mas, observou, “ficamos pasmados com aquela comunicação porque até já tínhamos esclarecido a situação”.
“Todos nós devemos colaborar e combater o crime, da nossa forma, as igrejas têm o papel de educar, sensibilizar, moralizar e o esforço é comum”, defendeu.
O comissário-geral da polícia angolana referiu igualmente que gosta de dizer as coisas como elas são, “abertas e sem muitos meandros”.
“Agora não é justo que se desclassifique uma instituição que muito tem feito e esforçado para garantir a ordem”, atirou.
Sobre o assunto, falou também o diretor do gabinete de Ação Patriótica da polícia angolana, comissário António Vicente Gimbe, garantindo que a relação entre a corporação e a Igreja Católica é “muito boa”.
O posicionamento que houve da Igreja Católica em relação ao trabalho prestado pela polícia, sublinhou o oficial superior, “não coloca a polícia como adversária ou inimiga da Igreja Católica”.
“Pelo contrário, trouxe à Igreja Católica preocupação que serve até de elemento para melhorar o desempenho da polícia e se calhar aqui é uma tendência de correção”, concluiu António Vicente Gimbe.