A informação consta de uma nota de repúdio do secretariado da comissão executiva do comité provincial do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), enviada hoje à Lusa, dando conta que o caso aconteceu na manhã de hoje "de forma surpreendente e sem razão justificável".
"Militantes filiados à coligação CASA-CE retiraram forçosamente do interior da sua viatura o administrador municipal adjunto de Lucala, camarada Aires Vaz Casimiro Guilherme", tendo sido "agredido com instrumentos contundentes, como catanas. Tendo sido nele desferidos golpes, de que resultaram ferimentos, tendo sido prontamente socorrido por efetivos da polícia nacional", refere a nota da estrutura provincial do MPLA, condenando "veementemente" o que afirma ser um "ato de violência gratuita".
"Perpetrado por elementos, que só fazem relembrar os massacres de Lucala, nos anos 1980, de Quirima, de Camabatela, de Gonguembo, do Golungo-Alto, da Banga, de Quiculungo, de Bolongongo, de Capichongo, assim como o do 10 de agosto de 2001, ao comboio do Zenza do Itombe, todos estes engendrados pelos inimigos da paz, numa altura em que angolanos procuram desfazer-se dessas lembranças tristes e cimentar, cada vez mais, a democracia e consolidar a paz em Angola", lê-se na mesma nota.
Em Angola decorre atualmente a campanha para as eleições gerais de 23 de agosto, que envolvem seis forças políticas concorrentes, incluindo a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE).
O comité provincial do Cuanza Norte do MPLA informa já ter solicitado às autoridades competentes "a responsabilização criminal dos autores deste ato bárbaro", para "desencorajar, de forma exemplar, o cometimento desse tipo de ações, repudiáveis a todos os níveis".
Além disso, o partido, no poder em Angola desde 1975, sublinha que tem realizado a sua campanha eleitoral "dentro do espírito de tolerância e no estrito cumprimento da legislação eleitoral vigente".
"Aliás, é parte integrante dos princípios estatutários do MPLA a defesa da paz, da concórdia, da irmandade e da convivência pacífica entre todos os angolanos, sem qualquer distinção de cores partidárias", concluiu a nota.