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Eleições 2017: Candidato da CASA-CE exorta MPLA a ir para a oposição

Post by: 15 Agosto, 2017

O cabeça-de-lista da coligação CASA-CE às eleições gerais angolanas de 23 de agosto, Abel Chivukuvuku, exortou hoje o MPLA a aceitar uma eventual derrota eleitoral, afirmando que em caso de vitória sua as contas públicas serão passadas a pente fino, antes de tomar posse.

"Primeiro, eles aceitem, quando perderem, que vão ficar na oposição. Mas vamos fazer um Governo inclusivo, em que vão também participar", afirmou hoje, no Kuíto, o candidato da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE).

Abel Chivukuvuku, que concorre à eleição indireta para Presidente da República, falava perante milhares de apoiantes numa das principais praças da capital da província do Bié, no centro do país, convicto da vitória a 23 de agosto: "Eu não tenho dúvida que, com eleições livres, justas e transparentes, teremos mudança em Angola".

"Chegou o momento para acreditarmos e termos a esperança de que a vida de sofrimento que nós levamos até aqui tem que acabar", afirmou o candidato do segundo maior partido da oposição angolana, responsabilizando o partido no poder em Angola há 42 anos, o MPLA, como "culpado" pela pobreza do país.

"A mudança será através do voto, já sofremos muito no passado. E vamos lançar um desafio: O partido no poder, quando perder, também aceite fazer a mudança pacífica e ordeira", exortou.

Num discurso que motivou com frequência o apoio do público, o candidato da CASA-CE afirmou que a "mudança" que a coligação quer protagonizar no país, "para além de ser pacífica, tem de ser ordeira" e "ser feita nos marcos da lei".

"No entanto, não vamos aceitar que os resultados saem de manhã e à tardinha tomamos posse, não senhor. Tem de ser um processo de transição ordeiro. Nós vamos primeiro exigir equipas mistas, do atual Governo e do nosso futuro Governo, que vão fazer o processo de transição", garantiu Chivukuvuku, colocando a tónica no combate à corrupção em Angola.

"Nós só vamos tomar posse depois de fazermos o levantamento, onde é que está o dinheiro do nosso fundo soberano e quanto é. Nós só vamos tomar posse depois de fazer um levantamento quais são as dívidas que Angola tem, com que país, em que circunstâncias e condições", disse.

Além disso, em caso de vitória, garante que será feito um "levantamento do património e fundos do país", número de funcionários públicos e de militares.

"Depois de tudo arrumado, juntos, é quando o novo Governo toma posse. Mas vamos primeiro avisar o país que encontramos isto, isto e isto. E é com isto que vamos trabalhar", apontou, rejeitando em simultâneo acusações sobre despedimentos na função pública e militares, em caso de vitória da CASA-CE.

"É mentira. E sou um general na reforma, nunca permitirei que um militar seja maltratado", sublinhou o presidente da coligação.

Insiste em três critérios como essenciais para o próximo mandato, casos de patriotismo, competência e honestidade.

"O angolano que tiver essas três características fará parte do Governo", apontou, enquanto perspetiva prioridades para um eventual Governo da CASA-CE.

"Nos primeiros anos tem que acabar a corrupção, os desvios e os roubos do dinheiro do país. E para isso acontecer o exemplo tem de vir de cima, não pode vir de baixo", atirou ainda.

Em cinco anos, o candidato da CASA-CE promete que o país não terá crianças fora do ensino e atingirá a autossuficiência alimentar, em 10 anos garante erradicar a pobreza e mísera extrema em Angola.

"Não vale a pena mudança pela mudança, tem que mudar a vida das pessoas", afirmou Abel Chivukuvuku.

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições gerais de 2012.

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