O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, admitiu esta segunda-feira que o povo angolano poderá sair à rua para contestar os resultados das eleições realizadas na semana passada em Angola, mas colocou qualquer responsabilidade sobre eventuais situações de violência do lado do governo.
O líder da UNITA lembra que são as autoridades que estão armadas, e não o povo, e que o direito à manifestação é constitucionalmente protegido.
Adalberto Costa Júnior falava em entrevista à CNN Portugal durante a manhã, horas depois de a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana ter terminado uma reunião — que durou toda a noite — na sequência da qual ficaram fechados os resultados definitivos da eleição. Os resultados oficiais vão ser anunciados durante a tarde desta segunda-feira numa conferência de imprensa pelo presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva — mas a UNITA já dá sinais de que poderá não reconhecer os resultados finais.
A Comissão Nacional Eleitoral anunciou na segunda-feira que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu as eleições em Angola com 51% dos votos contra 44% da UNITA.
O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, ou seja 51,17%, elegendo 124 deputados, e a UNITA conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados, com 43,95% do total.
O plenário da CNE proclamou assim Presidente da República de Angola, João Lourenço, cabeça de lista do MPLA, o partido mais votado, e vice-Presidente, Esperança da Costa, segunda da lista do MPLA.
No discurso de vitória, João Lourenço congratulou-se com vitória, a quinta, coincidindo com as eleições realizadas em Angola, apesar do partido ter perdido um milhão de votos, no pior resultado de sempre.