Intitulado “Transformação dos sistemas alimentares e governação local”, o relatório é elaborado anualmente pelas organizações não-governamentais (ONG) Welthungerhilfe e Concern Worldwide para analisar o estado da fome no mundo.
Na edição de 2022, os autores identificaram “sinais de progresso”, apesar da situação global ser “sombria e lúgubre”.
“As crises sobrepostas que o mundo enfrenta estão a expor as fraquezas nos sistemas alimentares, desde o global até ao local, e expondo a vulnerabilidade das populações de todo o mundo à fome”, refere-se.
Apesar destes indicadores desanimadores, o relatório sublinha “sinais de progresso, já que muitos países conseguiram reduções impressionantes na fome”.
Desde 2000, 32 países viram o seu IGF diminuir em 50% ou mais, incluindo pelo menos um país de quase todas as regiões do mundo.
Entre estes países está Angola, que apresenta um índice de 25,9 (64,9 em 2000), ainda assim considerado grave.
A nível dos países lusófonos, a Guiné-Bissau também baixou de 37,7 em 2000 para 30,8 em 2022, um nível grave. Cabo Verde apresenta um nível moderado de fome, com 11,8 (15,3 em 2000) e Timor-Leste 30,6 (37,7 em 2000).
Moçambique não apresentou dados suficientes, sendo-lhe atribuído um intervalo de 20 a 34,9 do IGF.
Na África subsaariana, baixaram ainda o seu IGF em 50% ou mais o Djibuti, o Gana, Maláui e Senegal.
Segundo o relatório, a que a agência Lusa teve acesso, quatro dos cinco países com níveis alarmantes de fome estão situados no continente africano, nomeadamente no Chade, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Madagáscar. O Iémen (Médio Oriente) também obtém este nível alarmante de fome.
O IGF identificou 49 países com um nível de fome baixo, moderado em 36 países, grave em 35 países, alarmante em nove países. A escala da fome não aponta nenhum estado com um nível extremamente alarmante.