João Lourenço discursava na quarta-feira à noite, em Roma, num jantar oferecido pelo seu homólogo italiano, Sérgio Matarella.
O chefe de Estado angolano destacou as “perspetivas animadoras” para o futuro próximo das relações entre Angola e Itália, tendo sido assinados um conjunto de instrumentos jurídicos que reforçam a cooperação bilateral entre os dois países.
Notou, por outro lado, que “só pode haver desenvolvimento económico e social dos países num ambiente de paz e segurança”.
“Por esta razão, aproveitamos esta oportunidade para manifestar a nossa grande apreensão com o rumo dos conflitos no mundo, que urge resolver, por ameaçarem as vidas dos povos e das economias de países e regiões do nosso planeta”, exortou.
João Lourenço apontou, nomeadamente, a instabilidade em África, criada pelo terrorismo e os golpes de Estado nos países da região do Sahel, conflitos como o da República Democrática do Congo e do Sudão, bem como o conflito israelo-palestiniano que “não tem contribuído para os esforços da comunidade internacional de fazer do Médio Oriente uma zona de paz e segurança”.
Disse ainda que a situação na península coreana merece atenção pela ameaça nuclear que representa, enquanto a invasão e ocupação de parte do território da Ucrânia pela Rússia, “deve ser condenada e desencorajada”.
“É urgente alcançar-se um cessar-fogo imediato e dar-se início a conversações que tragam uma paz duradoura e a garantia de que esta tragédia jamais voltará a acontecer em solo europeu”, salientou.
João Lourenço, que conclui hoje a sua visita oficial de dois dias a Itália foi condecorado com a Ordem de Mérito da República Italiana, atribuindo ao Presidente italiano a Ordem Agostinho Neto, e lembrou que Itália foi o primeiro país europeu a reconhecer, em fevereiro de 1976, Angola como um Estado soberano.
“Viemos a Itália com o propósito de aprofundar os laços de amizade e de cooperação já existentes entre os nossos países, reafirmar o desejo de ver cada vez mais investimento privado italiano em Angola e angolano na Itália”, afirmou o chefe do executivo angolano, realçando que “o ambiente de negócios que se vive em Angola é bastante favorável ao investimento privado estrangeiro”.