João Lourenço respondia a questões levantadas numa conferência de imprensa depois da reinauguração da base naval do Soyo, província do Zaire, por ocasião do 47º aniversário da fundação da Marinha de Guerra Angolana (MGA).
Questionado se a aquisição de embarcações à empresa naval Privinvest Shipbulding investiments LLC, envolvida nas dívidas ocultas em Moçambique, afectaria a imagem do país, o PR respondeu que “o processo de forma nenhuma belisca o bom nome da marinha e do Estado angolano”.
Explicou que “cabe aos Estados reportarem ao Fundo Monetário Internacional (FMI) as dívidas que contraem e nunca as empresas, e que Angola não tem nada a ver com o que se passa noutro país (…), por não se meter em assuntos alheios, e que cada um deve zelar pelo seu bom nome”.
Informou que a empresa que forneceu equipamento é de um grupo empresarial que deu garantias de honrar os compromissos, idónea, com estaleiros navais em França, Alemanha e Inglaterra, e que apetrecha marinhas de guerra em muitos bons países europeus, fornecendo corvetas e fragatas.
“Estamos de consciência tranquila (…) e vamos honrar o compromisso”, por não estar ainda concluído o contrato que visa fornecer a Angola muitos mais navios e meios, para além da disponibilidade do Estado de adquirir meios a outros grupos empresariais.
João Lourenço afirmou que o ritmo de recepção de novas embarcações dependerá da capacidade de pagamento.
No entanto, adiantou que, até 2025, o país poderá ter as fragatas, enquanto as três corvetas, a primeira pode chegar também até 2025 e as restantes nos anos seguintes.
Por outro lado, prometeu ainda pressionar para a conclusão atempada das obras de construção dos centros de vigilância marítima do Namibe e do Lobito para, em coordenação com os da Barra do kwanza e do Soyo, garantir a cobertura da costa marítima angolana e parte do Golfo da Guiné.
Nova Base Naval
O PR declarou que o país tem necessidade de construir uma nova Base Naval principal, pelo facto da actual não ter mais zonas de expansão.
Justificou a necessidade de uma base de envergadura capaz de acolher embarcações, como corvetas, e no futuro, fragatas.
O Comandante-Em-Chefe salientou ainda a importância de garantir-se, também, a manutenção das infra-estruturas dos outros ramos das Forças Armadas Angolanas (FAA).
João Lourenço acredita que a base naval do Soyo vai ainda contribuir para o combate à pirataria, o contrabando de combustíveis, imigração ilegal e o tráfico de seres humanos.