Francisco Furtado discursava na cerimónia que antecedeu o arranque, às zero horas de Quinta-feira, do segundo censo populacional e habitacional que Angola realiza pós-independência.
Segundo Francisco Furtado, com o censo o Governo terá as ferramentas necessárias para planear e prognosticar com dados fiáveis os investimentos a realizar nos vários sectores e regiões do país.
O governante declarou ainda que o censo vai permitir a concepção e desenvolvimento de políticas públicas, que ajudem a superar os défices existentes no domínio económico, social, cultural e infraestrutural, o controlo e planeamento demográfico, face às progressões da natalidade, garantir a proteção efetiva dos vulneráveis e projectar os planos e programas de desenvolvimento sustentáveis, sob responsabilidade dos actores públicos e sociedade civil.
“Dentro de poucas horas iniciará o momento censitário em todo o país e o lema: “Juntos Contamos por Angola” expressa bem a importância da necessidade de contagem da população do país, uma vez que são decorridos dez anos desde a realização do último recenseamento geral da população”, disse.
De acordo com o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, os dados do censo demográfico permitem conhecer a realidade de toda a população no ano da sua realização, obter uma radiografia bem mais nítida sobre as condições de vida e das desigualdades do país e possibilitam elaborar projeções para o país em diversas áreas.
A dimensão e a estrutura da população, declarou Francisco Furtado, tem um impacto no crescimento económico, bem como nas suas finanças públicas, influenciando a sua capacidade de desenvolver e manter políticas essenciais, como as de protecção social, de acesso aos cuidados de saúde, educação, habitação e segurança pública.
“No meio do censo, o executivo governamental poderá saber quantos angolanos vivem em condições de pobreza, debater e planear ações para promover o desenvolvimento, políticas públicas para o bem-estar das populações do país”, frisou.
A preparação do censo durou quase 21 meses, sublinhou o governante, para garantir a realização com êxito “desta que é a maior operação estatística” que Angola realizará a partir desta Quinta-feira, durante 30 dias, com a recolha de dados porta a porta de mais de 79 mil agentes recenseadores, por meio de ‘tablets’, que abre “uma era moderna no mecanismo de recolha censitária” e garante maior fluidez no tratamento e análise dos dados estatísticos.
A recolha de dados arrancou às zero horas com a recolha de dados dos sem abrigo e instituições colectivas. Para este processo, o Executivo disponibilizou cerca de 30 mil milhões de kwanzas.
Em 2023, o INE estimou para Angola uma população de cerca de 35,1 milhões de habitantes, tendo em conta a taxa de natalidade, mortalidade e outros factores.
O último Censo Geral da População foi realizado entre os dias 16 e 31 de Maio de 2014 e os dados globais nacionais definitivos apontaram para uma população nacional acima dos 25,7 milhões de pessoas.
Em 2014, o processo envolveu cerca de 105 mil pessoas e um orçamento de 20 milhões de dólares.
Em 1970, cinco anos antes da independência do país, Angola tinha mais de cinco milhões de habitantes.